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Despedimento coletivo encapotado ameaça trabalhadores do Novo Banco

por Soraia Ramos, Rui Castro, Carlos Pinota, Hugo Antunes, Paula Meira, Sara Cravina

Estamos na véspera de mais um dia do trabalhador. Para muitos, será um dia negro. Já este sábado, centenas de funcionários do Novo Banco conhecem o seu destino.

É o ultimo dia de um plano de rescisões voluntárias, com base em critérios desconhecidos, mas com uma certeza para todos. Trata-se afinal de um despedimento coletivo encapotado, feito com o alto patrocínio do Estado que é o atual detentor do Novo Banco, através do fundo de resolução, que o recapitalizou após a derrocada do grupo Espírito Santo.

Ainda assim, e apesar das responsabilidades, o primeiro ministro recusou fazer qualquer comentário sobre o caso.

No grupo de trabalhadores seleccionados para o despedimento há funcionários de todas as idades, com avaliações exemplares e até pessoas a quem o banco pagou formação para criação de talentos, no valor de 15 mil euros.

Nas cartas de dispensa temporária, dizia-se a cada trabalhador que o Novo Banco não dispõe de funções que lhe possam ser atribuídas, que a comparência no Novo Banco redundaria numa situação de ociosidade e que não se mostra necessário ou conveniente que continue a exercer as funções, e que por isso o empregado estaria temporariamente desobrigado do dever de assiduidade sem perda de remuneração.

Ou seja, teria que deixar de ir trabalhar, mas guardar confidencialidade e sigilo, manter-se contactável mas não efectuar quaisquer contactos de natureza profissional, com colegas, clientes ou parceiros até dia de 30 de abril.
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