Empresas públicas reduziram um quarto dos prejuízos no terceiro trimestre de 2015 - UTAM

por Lusa

Lisboa, 03 mai (Lusa) -- As empresas públicas reduziram um quarto dos seus prejuízos no terceiro trimestre de 2015 face ao período homólogo, ficando nos 700 milhões de euros, divulgou hoje o Ministério das Finanças.

No boletim informativo divulgado hoje pela Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização (UTAM) do setor público empresarial, do Ministério das Finanças, as empresas públicas registaram prejuízos de 695,7 milhões de euros até setembro do ano passado, menos 247,8 milhões (-26%) do que o verificado no mesmo período de 2014.

Esta melhoria, escreve a UTAM, deveu-se maioritariamente às empresas de transportes e armazenagem, setor que reduziu prejuízos em 152 milhões de euros, para 439 milhões (sendo que esta é a área também com mais peso nos prejuízos das empresas públicas).

"A empresa pública que teve o mais elevado aumento do resultado líquido face ao período homólogo foi a AdP -- Águas de Portugal, destacando-se de seguida a Estradas de Portugal, a CP, o Metro do Porto, e a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP)", segundo a UTAM.

O setor empresarial do Estado também reduziu o seu endividamento em cerca de 1.600 milhões de euros, de 35.218 milhões de euros até ao terceiro trimestre de 2014 para 33.631 no mesmo período de 2015.

O endividamento das empresas públicas no final de setembro de 2015 representa um "valor superior ao objetivo expresso nos orçamentos das empresas em cerca de 290 milhões de euros, ou seja, 1% do valor orçamentado", afirma a UTAM.

O setor dos transportes e armazenagem teve aqui também um maior impacto na redução do endividamento -- área que representa mais de 60% do endividamento das empresas públicas -, diminuindo o endividamento em cerca de 1.250 milhões de euros, para 21.269 milhões de euros.

Na redução do endividamento, destaque para a Refer e para a CP que, segundo a unidade técnica, "procederam à amortização de uma parte significativa da sua dívida".

Por outro lado, destaque para o aumento em 213 milhões de euros (4%) do volume de negócios, "o que, por sua vez, foi acompanhado por um aumento dos gastos operacionais em 143 milhões de euros (2%). Estes aumentos devem-se essencialmente à Estradas de Portugal".

O prazo médio de pagamentos para o conjunto das empresas analisadas reduziu-se, em termos médios, no terceiro trimestre de 2015, situando-se no final de setembro em 69 dias. "De notar que, das 84 empresas consideradas, 65% têm um valor inferior a este valor médio e 23 empresas apresentam um valor inferior a 30 dias", salienta a UTAM.

A unidade ressalva ainda que "o setor da saúde foi excluído do cálculo do valor médio do prazo médio de pagamentos, uma vez que apenas disponibilizou dados para este indicador a partir de dezembro".

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