Haitong Bank poderá assessorar "potencial comprador" do Novo Banco

por Lusa

Lisboa, 05 out (Lusa) - O presidente executivo do Haitong Bank, José Maria Ricciardi, afastou hoje a possibilidade de a instituição vir a adquirir o Novo Banco, mas admitiu que esta poderá vir a assessorar "um potencial comprador" da instituição financeira.

"Não, [o Haitong Bank não poderá vir a comprar o Novo Banco], porque o Haitong Bank é um banco de investimento e não investe em banca comercial", afirmou José Maria Ricciardi aos jornalistas, à margem da assinatura do memorando de entendimento entre a Euronext Lisbon e o Haitong Bank.

No entanto, "o que se poderá passar, e isso sim - o que não era possível anteriormente devido ao conflito de interesses, porque pertencíamos ao Novo Banco - é podermos vir a assessorar um futuro potencial comprador ou adquirente", quando for lançado um novo concurso pelo Banco de Portugal (BdP), referiu.

Ricciardi disse ainda ter conhecimento de que "há vários interessados" na aquisição do Novo Banco, não só de nacionalidade chinesa, mas de "diferentes nacionalidades".

O antigo presidente do Banco Espírito Santo Investimento (BESI), que defendeu anteriormente que a venda do Novo Banco deveria ser adiada, o que acabou por acontecer, considerou esta tarde que "com uma venda mais flexível [...] existem mais probabilidades que a operação possa correr bem".

No passado dia 07 de setembro, o Novo Banco concluiu a venda da totalidade do capital da unidade de investimento (BESI) à sociedade de Hong Kong por 379 milhões de euros.

A venda do banco à empresa chinesa foi comunicada à CMVM a 04 de dezembro de 2014, tendo ficado o negócio dependente das necessárias aprovações, nomeadamente junto do Banco de Portugal, da Comissão Europeia, das autoridades da concorrência e de um conjunto de outras autoridades que exercem supervisão direta sobre a entidade compradora.

A 03 de agosto do ano passado, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado `banco mau` (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição, que foi designado Novo Banco.

O BESI, aquando da resolução do BES, transitou para o Novo Banco.

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