Horta e Costa sai dos CTT após notícias sobre envolvimento na Operação Marquês

por RTP
Hugo Correia - Reuters

Os CTT anunciaram esta quarta-feira que Rui Miguel Horta e Costa comunicou a sua renúncia ao cargo de administrador não executivo, assim como a sua indisponibilidade para o exercício de idênticas funções no mandato 2017-2019. A renúncia tornou-se pública depois de ter sido noticiado que Horta e Costa é arguido na Operação Marquês.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a empresa explica que a renúncia ao cargo foi feita "por motivos pessoais supervenientes à divulgação ontem [terça-feira] efetuada das Recomendações da Comissão de Governo Societário, Avaliação e Nomeações do Conselho de Administração dos CTT".

"Atento o referido e no exercício das suas competências, a Comissão de Governo Societário, Avaliação e Nomeações diligenciará a necessária alteração às respetivas Recomendações quanto à composição dos órgãos sociais dos CTT para o mandato 2017-2019, mantendo os Acionistas da Sociedade e o mercado prontamente informados", acrescenta.

A renúncia tornou-se pública depois de ter sido noticiado que Rui Horta e Costa é o 21.º arguido da Operação Marquês, na qual está envolvido o ex-primeiro-ministro José Sócrates.
21.º arguido
O jornal Correio da Manhã noticiou esta quarta-feira que Rui Horta e Costa é o 21.º arguido da Operação Marquês, indiciado pelos crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

De acordo com o jornal, o também antigo administrador do resort Vale do Lobo é suspeito de, a par de Diogo Gaspar Ferreira, ter promovido o pagamento ilícito de dois milhões de euros a Armando Vara e Carlos Santos Silva, através de uma parcela de dinheiro não declarada no negócio de venda de um lote de terreno em Vale do Lobo ao holandês Sander van Gelder.

Mariana Flor, Pedro Pessoa - RTP

Em comunicado enviado à RTP, a Procuradoria confirma que Horta e Costa é o mais recente nome envolvido na investigação Marquês. “É suspeito da prática de factos sucetíveis de integrarem os crimes de corrupção ativa, fraude fiscal, branqueamento e abuso de confiança.

O 21.º arguido da Operação Marquês ficou sujeito á medida de coação de Termo de Identidade e Residência.

A operação Marquês tem como principal arguido José Sócrates, tendo mesmo motivado a prisão preventiva do ex-primeiro-ministro em novembro de 2014. Carlos Santos Silva, Armando Vara, Joaquim Barroca, João Perna, e Paulo Lalanda e Castro são alguns dos nomes envolvidos na investigação.

O ex-presidente do Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado, é também arguido da operação Marquês desde o passado mês de janeiro. As conclusões da Operação Marquês deverão ser apresentadas no próximo mês de março.

Tópicos
pub