Lone Star vai "trabalhar incansavelmente" para garantir acordo de compra

por Lusa

Lisboa, 05 jan (Lusa) - O fundo americano Lone Star afirmou hoje que "vai continuar a trabalhar incansavelmente" com as autoridades portuguesas para garantir um acordo final para a compra do Novo Banco, mostrando-se aberto a disponibilizar os recursos e capital necessários.

"Vamos continuar a trabalhar incansavelmente com o Banco de Portugal, o Fundo de Resolução e o Governo português para assegurar um acordo final para apoiar a reestruturação do Novo Banco, para um benefício de longo prazo dos seus clientes, colaboradores, credores e da economia portuguesa em geral", afirma o presidente da Lone Star para a Europa, Oliver Brahin, num comunicado divulgado hoje.

Na quarta-feira, o Banco de Portugal anunciou que a Lone Star é a entidade mais bem colocada para comprar o Novo Banco, convidando-a para um "aprofundamento das negociações".

Hoje, o Ministério das Finanças manifestou esperança de que o processo seja concluído com celeridade.

"Estamos muito otimistas sobre Portugal e sobre o futuro da economia do país e procuraremos disponibilizar o capital, recursos e os conhecimentos necessários para garantir que o Novo Banco continue a ser um pilar forte do sistema bancário português, com especial enfoque no mercado interno", assegura Oliver Brahin.

A Lone Star reconhece o "enorme potencial por explorar" do Novo Banco, afirmando assim que irá investir no banco, no negócio e nas pessoas.

"Compreendemos a importância de dar os passos necessários, em parceria com todos os `stakeholders` do Novo Banco, para ajudar a restabelecer a saúde financeira da instituição, numa perspetiva de longo prazo", sublinha Oliver Brahin.

Segundo o Jornal de Negócios, a proposta do Lone Star consiste numa oferta de 750 milhões pelo Novo Banco e admite uma injeção de mais 750 milhões.

O Lone Star é um fundo `private equity`, que investe capital em empresas nas quais considera que existe espaço para valorização, e em Portugal tem aplicações em Vilamoura, para apostar no golfe e na marina, e vários centros comerciais da marca Dolce Vita, alguns dos quais alienados, entretanto, ao Deutsche Bank.

O Novo Banco foi criado no início de agosto de 2014, na sequência da resolução do Banco Espírito Santo (BES), e é um banco de transição detido integralmente pelo Fundo de Resolução bancário.

Depois do colapso do BES, o Novo Banco foi capitalizado com 4.900 milhões de euros através do Fundo de Resolução Bancária. O Estado português entrou com 3.900 milhões de euros neste Fundo e os bancos com os restantes 1.000 milhões.

Em dezembro de 2015 foram prolongadas as garantias estatais ao Novo Banco e a data limite para a sua venda foi estendida, por acordo com a Comissão Europeia, até agosto de 2017. Entre os concorrentes estão os fundos chinês China Minsheng e norte-americanos Lone Star e Apollo.

Tópicos
pub