Nova administração da Caixa recebida com críticas

por Mário Aleixo - RTP
A nova administração começa esta quarta-feira a trabalhar na Caixa Geral de Depósitos Lusa

A nova equipa de gestão da CGD assume esta quarta-feira funções no banco público, debaixo de algumas críticas dos trabalhadores.

A nova equipa de gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), liderada por António Domingues, vai entrar em funções, tal como tinha anunciado na semana passada o ministro das Finanças, Mário Centeno.

"A nova administração da CGD entrará em funções de facto a 31 de agosto. Há um período de transição até essa data e é isso que vai ocorrer com toda a certeza nos próximos dias", afirmou o governante durante uma conferência de imprensa dedicada ao processo de recapitalização do banco estatal, que decorreu no dia 24 de agosto.

O Banco Central Europeu (BCE) aprovou 11 nomes propostos pelo Governo para o Conselho de Administração da CGD, mas rejeitou outros oito por excederem o limite de cargos em órgãos sociais de outras sociedades, informou em meados de agosto o Ministério das Finanças, sem identificar as pessoas em causa.

Segundo a comunicação social, os 11 responsáveis aprovados são António Domingues, Emídio Pinheiro, Henrique Cabral Menezes, Tiago Rarava Marques, João Tudela Martins, Paulo Rodrigues da Silva, Pedro Leitão, Rui Vilar (não executivo), Pedro Norton (não executivo), Herbert Walter (não executivo) e Ángel Corcostegui (não executivo).

Já os nomes chumbados são os de Leonor Beleza, Carlos Tavares, Bernardo Trindade, Ângelo Paupério, Rui Ferreira, Paulo Pereira da Silva, António da Costa Silva e Fernando Guedes, todos propostos para administradores não executivos.

A jornalista da Antena 1, Marina de Castro, e os detalhes da entrada dos novos gestores.



Esta notícia motivou várias reações, com os partidos da oposição (PSD e CDS-PP) a criticarem em diversos momentos a forma como o Governo conduziu o processo.

Entretanto, também os sindicatos e as estruturas que representam os trabalhadores do banco vieram a público manifestar a sua posição sobre a nova equipa de gestão da CGD.

Os trabalhadores vão pedir uma audiência à nova administração. Apesar de não conhecerem o plano de recapitalização os trabalhadores na palavra de Jorge Canadelo, da comissão de trabalhadores (CT) da Caixa, revelou que os mesmos estão contra qualquer tentativa de entrada de privados no banco público.



A Comissão de Trabalhadores (CT) da Caixa Geral de Depósitos (CGD) também já lamentou que nos nomes propostos pelo Governo ao Banco Central Europeu para formar a nova equipa de gestão do banco não conste nenhum quadro próprio da instituição.

Estes reparos e críticas surgem no mesmo dia em que veio a público a notícia de que a Caixa tem 700 milhões de euros para gastar com a saída de trabalhadores, entre rescisões por mútuo acordo e reformas antecipadas. Os cortes podem chegar aos três mil trabalhadores.



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