Novo Banco tem imóveis no valor de 2,8 mil milhões de euros à venda

por Cristina Sambado - RTP
Pedro A. Pina - RTP

O Novo Banco tem em carteira mais de 14 mil imóveis, entregues por clientes com créditos em dívida, de valor superior a 2,8 mil milhões de euros. A instituição está a apostar na venda de imóveis e de outros ativos não-estratégicos para melhorar o capital.

Segundo o Diário Económico, “o plano de reestruturação e otimização de balanço que o Novo Banco vai implantar vai incluir a venda de ativos não-estratégicos, como participações em sociedades e os imóveis em carteira”.

Nos mercados, a alienação dos ativos não-estratégicos é vista como essencial para o reequilíbrio das contas do Novo Banco e para garantir a estabilidade após o adiamento do primeiro concurso de venda.

Para o Novo Banco, a urgência em vender estes ativos é maior, dada a necessidade de reduzir o esforço de capitalização que será exigido após a divulgação dos resultados dos testes de stress europeus em novembro. Conseguir vender estes imóveis pode ser um problema, já que, quanto mais tempo passa, maior pode ser a desvalorização do imóvel.

Nos últimos anos, as instituições bancárias têm recorrido à venda direta de imóveis e os leilões imobiliários têm sido a forma de a maioria dos bancos lidar com a situação de imóveis em carteira por créditos em incumprimento.

A possibilidade de venda dos imóveis permite às instituições bancárias libertar-se destes ativos, muitas vezes em carteira há vários anos e a necessitar de manutenção.

No caso do banco liderado por Stock da Cunha, há imóveis que estão em carteira há mais de cinco anos. Além de libertar ativos necessários à eventual recuperação dos edificios, a sua venda pode ainda ajudar a reduzir o esforço de capitalização, sendo que, quanto maior for o valor das vendas, menor será o capital a ser injetado no Novo Banco, pelo Fundo de Resolução ou pelo futuro comprador.
Nova emissão de obrigações hipotecárias
O Novo Banco cancelou na quarta-feira uma emissão de obrigações hipotecárias de 2007 e anunciou novas emissões com um valor global mais elevado e maturidades mais longas.

Num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Novo Banco revela que “procedeu ao cancelamento de obrigações hipotecárias emitidas em 2007, em três séries se mil milhões de euros cada um e que tinham como maturidade 2017 e 2018”.

“Na sequência deste cancelamento”, o Novo Banco “estabeleceu, com os seus ativos hipotecários no dia 5 de outubro de 2015, um novo programa de obrigações hipotecárias”.

As obrigações hipotecárias são títulos garantidos por hipoteca (caso de imóveis).
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