Politécnico de Coimbra critica orçamento para o ensino superior

por Lusa

Oliveira do Hospital, Coimbra, 25 out (Lusa) -- O presidente do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), Rui Antunes, criticou hoje a dotação financeira para o ensino superior prevista pelo Governo na proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2017.

"O que temos é um orçamento igual ao do ano passado", disse Rui Antunes, que cumpre o último mandato na presidência do IPC, após oito anos no exercício destas funções.

Adstrito como professor à Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC), que integra o IPC, Rui Antunes intervinha, em Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra, na abertura solene das aulas do instituto a que preside, realizada desta vez no polo local, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital (ESTGOH).

Assumindo-se como militante do PS, na Casa da Cultura César de Oliveira, o orador recordou ter sido "um feroz crítico do anterior Governo", por ter aplicado "uma redução drástica dos orçamentos" das universidades e institutos politécnicos.

"Não posso ficar calado quando este Governo atribui ao ensino superior exatamente o que atribuiu o anterior" executivo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, afirmou.

Para Rui Antunes, a dotação financeira do OE para 2017 "não é compatível com as missões que se pedem" ao ensino superior.

"Não seremos capazes de fazer isso se mantivermos a mesma politica orçamental", sublinhou.

Segundo o presidente do Instituto Politécnico de Coimbra, "essas limitações" orçamentais "vão ter consequências" e representam "um problema que tem de ser encarado com frontalidade pelos titulares dos cargos políticos".

A professora da Universidade de Coimbra Helena Freitas, usou também da palavra, na qualidade de coordenadora da Unidade de Missão para a Valorização do Interior (UMVI), cujo primeiro relatório já foi entregue ao Governo.

Perante centenas de pessoas, incluindo autarcas, docentes e estudantes, bem como a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional da Região Centro, Ana Abrunhosa, Helena Freitas salientou que o envelhecimento ativo e saudável "é uma questão central" no processo de desenvolvimento do interior, tal como "a inovação de base económica", assumidas pela UMVI no âmbito do programa nacional para a coesão territorial.

"Nós vamos conseguir mudar o país", disse a independente Helena Freitas, que suspendeu o seu mandato de deputada eleita em Coimbra, pelo PS, para aceitar o convite do executivo de António Costa para coordenar a UMVI.

Em representação dos alunos do IPC, interveio ainda a dirigente estudantil Vanda Sardinha.

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