Recapitalização é mais complexa que níveis regulatórios e depende de plano de negócios - Centeno

por Lusa

Lisboa, 29 jul (Lusa) - O ministro das Finanças vincou hoje que a recapitalização dos bancos é "mais complexa" que o mero cumprir de "níveis regulatórios mínimos" e depende também do plano de negócios estipulado para as entidades.

Na comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD), onde está hoje a ser ouvido, o ministro Mário Centeno ouviu palavras de elogio do PS sobre a sua estratégia de valorização do banco público, numa altura em que se negoceia com Bruxelas a recapitalização da entidade.

"A capitalização da banca é mais complexa que apenas os níveis regulatórios mínimos e há uma certa capacidade de intervenção do acionista. Mas tem muito a ver com o plano de negócios da instituição", declarou Centeno.

Antes, o deputado do PS João Galamba havia dito que o governante age não apenas no "cumprir do que o regulador exige" para a Caixa, mas tem uma estratégia e visão para o banco público - o PSD, por seu turno, "não tem nem compreende uma estratégia de investimento ativo na Caixa", acusou o socialista.

O ministro das Finanças havia antes dito que o presidente demissionário da CGD apresentou-lhe no começo do ano um "valor próximo" dos dois mil milhões de euros como o necessário para a recapitalização da entidade.

Questionado sobre o valor que o ainda presidente da Caixa, José de Matos, lhe terá apresentado como necessário para recapitalizar a entidade no começo do ano, o ministro indicou que era um "valor próximo de dois milhões de euros".

Instando a comentar esse número pelo deputado do PSD Hugo Soares, declarou: "Como perceberá, não tenho de comentar esse valor".

O presidente da Caixa havia dito na quarta-feira, na comissão de inquérito sobre o banco, que valores entre os quatro e cinco mil milhões de euros de recapitalização são números "claramente superiores" aos que estavam em cima da mesa nos primeiros meses do ano.

Sem nunca concretizar quais os montantes de aumento de capital que estavam em cima da mesa no primeiro trimestre do ano, José de Matos reconheceu todavia - na comissão de inquérito à Caixa - que montantes entre "quatro e cinco mil milhões de euros, que têm saído nos jornais", são "claramente superiores" aos que imaginava.

Tópicos
pub