Redução das emissões de carbono é risco e oportunidade para `utilities` não regulamentadas - Moody`s

por Lusa

Redação, 19 out (Lusa) -- As políticas de redução das emissões de carbono representam um risco, mas também uma oportunidade, para as empresas energéticas e de serviços não regulamentadas, segundo um relatório da Moody`s hoje divulgado.

"As empresas de serviços (`utilities`) e de energia não regulamentadas, enquanto principais fontes de emissões de carbono na maior parte dos países desenvolvidos, terão que assegurar uma boa parte da contribuição para a redução das emissões de carbono no âmbito do Acordo de Paris", lê-se num relatório do Serviço de Investidores da Moody`s que analisa o impacto das políticas de emissões de carbono na solvabilidade destas empresas.

Contudo, acrescenta a agência de notação financeira, as empresas com o `mix` empresarial certo poderão aí encontrar oportunidades, enquanto as políticas de apoio em alguns mercados poderão facilitar a transição para aquelas que forem negativamente afetadas.

Intitulado "Global Unregulated Utilities and Power Companies: Carbon Transition Brings Risks and Opportunities", o relatório da Moody`s prevê "a manutenção do crescimento da energia renovável e da geração partilhada e uma redução global das necessidades de energia como resultado das melhorias de eficiência".

"Tecnologias disruptivas, incluindo o armazenamento de energia, podem também criar desafios no negócio da geração de energia", afirma o vice-presidente e analista sénior da Moody`s, Graham Taylor, citado no documento, do qual é coautor.

Segundo Taylor, "estas tendências já tiveram impacto na qualidade do crédito de algumas empresas de serviços, particularmente na Europa, e representarão um desafio crescente para aquelas com exposição efetiva a custos de geração mais elevados".

Em contrapartida, as empresas com sistemas de geração flexíveis, vantagens competitivas no desenvolvimento das energias renováveis ou ofertas inovadoras de serviços poderão estar melhor posicionadas para enfrentar as mudanças no setor.

No relatório, a Moody`s diz que terá ainda em consideração, na avaliação da qualidade do crédito das `utilities`, a capacidade destas em se adaptarem a novas políticas e a novas condições de mercado.

No seu cenário central, a agência prevê uma quebra de receitas dos produtores de eletricidade que atualmente obtêm lucros significativos na venda de energia a preços de mercado, à medida que a geração renovável de baixo custo ou subsidiada for pressionando os preços de venda.

A Moody`s reconhece ainda que as tecnologias disruptivas deverão progressivamente transformar o setor elétrico, com o cada vez mais amplo desenvolvimento das energias renováveis, da geração partilhada, do armazenamento de energia e das redes inteligentes a desafiarem as empresas focadas na geração centralizada de energia.

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