Sérgio Monteiro sai do Governo de consciência tranquila

por Sandra Henriques

Foto: Pedro A. Pina/RTP

O secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações faz um balanço positivo neste final de legislatura.

Em entrevista ao jornalista da Antena 1 Nuno Rodrigues, Sérgio Monteiro garante estar de consciência tranquila, porque terminou o programa de assistência financeira e os seus objetivos para este setor foram cumpridos. Para além disso, foram lançadas as bases para um novo plano de investimento público.

Quanto à EMEF, o governante revela que estão previstas 270 rescisões por mútuo acordo, até porque é preciso reduzir os gastos gerais da empresa e atacar as estruturas de custo.

Em paralelo é preciso fazer admissões, visto que “é preciso gente com outra qualificação”. “Faremos isto em paz”, assegura.

Sérgio Monteiro sublinha ainda que “Portugal não precisa de um novo aeroporto”, porque a Portela ainda “tem espaço para crescer muito” e porque há “uma solução complementar” que passa por um investimento na base do Montijo.

A data em que avança a combinação do aeroporto da Portela com o Montijo depende do próximo Executivo, mas o atual Governo quer garantir nesta legislatura que o Montijo é a localização escolhida. O secretário de Estado espera que seja assinado em setembro um acordo nesse sentido.
Privatização da CP Carga é vantajosaAs privatizações no setor dos transportes foram um dos temas fortes desta entrevista, nomeadamente os casos da TAP, da Carris e do Metro de Lisboa.

Em relação à privatização da CP Carga, Sérgio Monteiro respondeu às críticas feitas na véspera pelo líder da CGTP. Em entrevista à Antena 1, Arménio Carlos referiu que se trata de um “negócio vergonhoso” e um “atentado ao património público”, acrescentando que é um novo caso BPN só que no setor dos transportes.

O secretário de Estado rebate estes argumentos, lembrando que a CP Carga foi separada do universo da CP em 2009 e desde então nunca deu lucro.

Sérgio Monteiro aponta como ponto de partida os 82 milhões de euros de capital próprio negativo, concluindo que o negócio de privatização da CP Carga “é financeiramente vantajoso e dá um horizonte de continuidade à empresa”.
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