O Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Financeira (Sintaf) manifestou a sua apreensão sobre o papel que investidores chamados a participar na recapitalização da Caixa Geral de Depósitos possam desempenhar, como agentes de uma estratégia de privatização.
O sindicato, filiado na CGTP preconizou por outro lado que os 2.700 milhões de euros previstos para a recapitlização sirvam de "de instrumento que possa ter impacto visível na internacionalização das PME portuguesas e apoio à exportação, não descurando o apoio interno às pessoas e famílias e a necessária e importante ligação à diáspora". No polo oposto, dever-se-á evitar uma redução do papel da Caixa e os consequentes despedimentos.
Embora sem dar como certo que se enverede por este caminho mais criticável do seu ponto de vista, o Sintaf sublinhou que os esclarecimentos prestados em conferência de imprensa na quarta-feira à tarde pelo ministro Mário Centeno "não permitem uma resposta mais profunda, já que não sabemos o destino das diversas componentes dos quantitativos envolvidos no processo de recapitalização".
O sindicato continua a defender que a CGD seja "regulador e referência no setor bancário, o que implica que mantenha como acionista único o Estado e esteja devidamente capitalizada".
O Governo, procurando antecipar-se às reservas previsíveis sobre um possível cavalo de Tróia privado, apostado na privatização da CGD, afirmara entretanto que o instrumento financeiro a emitir não seria convertível em ações da CGD - "assegurando-se a manutenção da CGD como um banco integralmente público".