UGT e OCDE querem estabilização do sistema financeiro e qualificação dos trabalhadores

por Lusa

Lisboa, 29 ago (Lusa) - A UGT e a OCDE defenderam hoje a necessidade de estabilização do sistema financeiro e a melhoria da qualificação dos trabalhadores portugueses para assegurar a estabilidade da economia portuguesa e a confiança dos investidores.

"A OCDE tem uma visão mais pragmática e mais aproximada da visão da UGT sobre duas matérias: a necessidade de estabilização do sistema financeiro português e da melhoria das qualificações dos portugueses", disse à agência Lusa o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, no final de uma reunião com uma equipa da OCDE.

Segundo Carlos Silva, o grupo de missão da OCDE, liderado por Álvaro Santos Pereira, manifestou preocupações relativamente à estabilização do sistema financeiro português, com as quais a UGT concorda.

"É que se alguma coisa correr menos bem na economia portuguesa poderá vir desse lado, poderá vir da banca", acrescentou o sindicalista, lembrando que a UGT integra os principais sindicatos dos bancários, o que lhe faz aumentar o interesse pelo setor.

De acordo com o líder da UGT, os representantes da OCDE manifestaram ainda preocupações quanto à falta de qualificação dos portugueses, considerando "fundamental que a formação profissional alinhe pelas necessidades do mercado de trabalho".

"Quando se forma um trabalhador é preciso saber se esta formação vai ao encontro das necessidades das empresas, por isso é necessário melhorar as políticas de emprego e a relação entre os dois ministérios que tutelam a formação profissional: o da Educação e o do Trabalho", disse Carlos Silva.

Na reunião de hoje a UGT transmitiu à OCDE que sempre viu com bons olhos que a formação profissional fosse tutelada apenas pelo Ministério do Trabalho.

O antigo ministro da economia e atual diretor do departamento de economistas da OCDE disse à agência Lusa que o encontro se realizou no âmbito de uma ronda de contactos com vista à preparação do relatório que a organização vai divulgar no final do ano sobre a evolução da economia portuguesa.

"Vamos pegar nos grandes desafios macroeconómicos, nas reformas que Portugal tem de fazer nos próximos tempos", disse Álvaro Santos Pereira.

Segundo o economista, a equipa da OCDE falou com a UGT sobre a evolução da economia, o desemprego, o investimento e a situação dos bancos.

Estes encontros vão continuar, segundo Santos Pereira, com membros do Governo, parceiros sociais e outras organizações sociais e políticas para que a OCDE faça depois "recomendações à economia nacional".

A UGT alertou a OCDE para a necessidade de crescimentos dos rendimentos dos portugueses, para facilitar o aumento do consumo interno e "espevitar a economia".

A UGT defendeu ainda que o Orçamento do Estado do próximo ano deve ser realista e exequível e conter um conjunto de medidas que promovam o crescimento económico e o investimento privado.

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