Valongo, Porto, 18 fev (Lusa) - O presidente da câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, avançou hoje que tem "muitas dúvidas" que seja possível ao Estado entregar a gestão da STCP aos municípios, avançando que seu concelho "não tem os milhares que a empresa precisa".
"Tendo em conta limitações de ordem financeira e patrimonial tenho muitas dúvidas que isso seja possível. É evidente que os autarcas são quem melhor podiam coser a malha das carreiras, mas a transmissão de propriedade como funciona? E assumir encargos, nomeadamente para renovação da frota é complicado. São milhares que a empresa precisa e a câmara não tem", referiu José Manuel Ribeiro.
O presidente de câmara socialista, que falava no período antes da ordem do dia de uma reunião de câmara, recebeu a "solidariedade" de João Paulo Baltazar (PSD/PPM) para quem "esta situação carece de ser muito bem explicada" porque, disse o vereador, "o problema não é o passivo, o problema está em encontrar um modelo de gestão".
Na segunda-feira o Ministério do Ambiente avançou que a gestão da Sociedade de Transportes Públicos do Porto (STCP) vai passar para as autarquias sem passivo, mas o modelo de gestão ainda não foi definido podendo passar por uma delegação, concessão ou empresa intermunicipal.
"Gerir a empresa sem encargos financeiros? Ótimo. Mas já transmiti ao senhor ministro as minhas dúvidas e o pedido de que rapidamente contratem motoristas e reponham as carreiras que foram suprimidas por exemplo em Valongo, Ermesinde, Alfena", disse José Manuel Ribeiro.
O autarca recordou que a autarquia de Valongo está obrigada a cumprir o Programa de Apoio à Economia Local (PAEL).
Para segunda-feira está agendada uma reunião entre a tutela e autarcas do Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Valongo, Maia e Gondomar, concelhos onde opera a rede da STCP, bem como com o presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Hermínio Loureiro.
