Cavaco remete solução de Governo estável para os partidos

por Christopher Marques - RTP
Lusa

Cavaco Silva falou esta terça-feira aos portugueses. O Presidente da República anunciou que encarregou Pedro Passos Coelho de fazer diligências para encontrar uma solução governativa que seja estável. O Presidente da República defende que é necessário encontrar as condições políticas que reforcem a credibilidade externa do país e o bem-estar dos portugueses.

"É fundamental que seja agora formado um Governo estável e duradouro", tendo Cavaco defendido que os partidos políticos devem "revelar abertura para um compromisso".

Cavaco Silva garante que o Presidente da República não pode assumir as funções dos partidos na formação do Governo e que esta é uma tarefa que cabe às forças representadas no Parlamento.


O Presidente da República recordou ainda que Belém não poderá convocar eleições até abril.
"Superior interesse de Portugal"
Na curta comunicação ao país que fez esta noite, Cavaco Silva disse confiar que "as forças partidárias vão colocar em primeiro lugar o superior interesse de Portugal" e insistiu que é fundamental que, depois das escolhas feitas no domingo pelos portugueses nas eleições legislativas, "seja agora formado um governo estável e duradouro".

"Portugal necessita, neste momento da nossa história, de um governo com solidez e estabilidade. Este é o tempo do compromisso. O país tem à sua frente um novo ciclo político, em que a cultura do diálogo e da negociação deve estar sempre presente", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva.
"Patrocinar a manutenção"

As reações ao discurso de Cavaco Silva não se fizeram esperar. O PCP acusou o Presidente da República de “patrocinar a manutenção” do Governo no poder.

O Partido Ecologista Os Verdes, parceiro de coligação do PCP, criticou Cavaco por "não conseguir ser isento" e acusa-o de estar “nitidamente” a favorecer o PSD e o CDS-PP.

Em nome do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua considerou que Cavaco “veio ajudar o PSD, que saiu muito fragilizado das eleições” e que, por isso, convidou Passos a formar Governo “antes de se conhecerem os resultados oficiais das eleições”.

Do lado da coligação, o discurso parece consonante com as palavras saídas de Belém. Os sociais-democratas, pela voz de Marco António Costa, prometeram procurar consensos com o Partido Socialista.

Os centristas dizem estar empenhados na busca de consensos com os socialistas. João Almeida disse mesmo que há “bons sinais” que mostram disponibilidade dos socialistas para a procura de consensos.

O Presidente da República falou aos portugueses esta terça-feira, dois dias depois do ato eleitoral que deu uma maioria relativa à coligação Portugal à Frente. O PSD e CDS-PP elegeram 104 deputados, mais 19 do que os 85 conseguidos pelo PS.

O Bloco de Esquerda terá 19 deputados no novo Parlamento, e a CDU 17 parlamentares. O PAN conseguiu eleger o seu primeiro deputado. Por distribuir estão ainda os quatro deputados eleitos pela emigração.



(c/ Lusa)
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