Marco António Costa aponta divergências entre PS e PCP reiteradas por Jerónimo

por Lusa

O porta-voz do PSD, Marco António Costa, salientou hoje as diferenças que dividem socialistas e comunistas relativamente ao Tratado Orçamental, e afirmou que ainda há tempo para o diálogo e o compromisso de sociais-democratas e centristas com o PS.

"Ontem ouvi a entrevista do senhor deputado Jerónimo de Sousa e fiquei com a plena convicção que aquilo que o PS aprovou no parlamento no Tratado Orçamental o PCP parece não estar com vontade de o cumprir", afirmou Marco António Costa aos jornalistas à saída da tomada de posse do XX Governo Constitucional, liderado pelo social-democrata Pedro Passos Coelho.

O vice-presidente do PSD, sublinhando falar em nome do partido, declarou que as possibilidades de diálogo com o PS não estão esgotadas: "Julgo que ainda estamos no tempo de falar em diálogo, em compromisso e na construção de soluções entre aqueles que comungam do mesmo espaço político sob o ponto de vista dos grandes objetivos nacionais".

"É verdade ou mentira que o Tratado Orçamental, o Tratado de Lisboa, os grandes objetivos europeus foram sempre aprovados pelo PSD, PS e CDS? Estes três partidos e os seus deputados - são eles que são chamados a pronunciarem-se pelo voto na Assembleia da República - deram o seu voto para que Portugal entrasse num determinado caminho de coerência e, sobretudo, que subscrevesse um conjunto de tratados com os quais estamos comprometidos", argumentou.

"Aquilo que importa saber é se há políticos que querem rasgar esses compromissos, querem abandonar esses compromissos, e colocar em causa Portugal e o esforço que os portugueses fizeram", defendeu.

Reiterando que, "em democracia, há sempre espaço para o diálogo", Marco António Costa disse que "há muitos pontos de contacto" com o PS e que os portugueses esperam que PSD e CDS se entendam com os socialistas.

Questionado sobre o comentário do socialista João Galamba ao discurso do Presidente da República, segundo o qual o Chefe de Estado esteve hoje "menos crispado", Marco António Costa recusou que Cavaco Silva alguma vez tenha tido essa atitude.

"O senhor Presidente da República veio hoje mostrar que é um Presidente da República coerente, porque releu várias partes do seu discurso da posse do então primeiro-ministro José Sócrates, quando um governo de igual circunstância, sem maioria absoluta, foi investido em plenitude de funções para o exercício do seu mandato", disse.

Marco António Costa sublinhou que o Presidente da República deixou "um apelo para que os políticos estejam à altura das responsabilidades que recaem sobre os ombros de todos os responsáveis políticos no sentido de não fazer sentido regredir Portugal, que era um país com muitas dificuldades em que os portugueses tiveram de fazer muitos sacrifícios para vencer essas dificuldades".

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