PCP diz não sentir "instabilidade nenhuma" nas negociações com PS

por Lusa

O líder parlamentar do PCP, João Oliveira, disse hoje que o partido não sente "instabilidade nenhuma" nas negociações com o PS, e reiterou que os comunistas pretendem através das suas políticas responder às necessidades dos portugueses.

"Da nossa parte não sentimos instabilidade nenhuma na discussão que temos estado a fazer e continuamos a fazer de forma séria e aprofundada procurando encontrar as políticas que respondam à situação do país", vincou João Oliveira em declarações aos jornalistas no parlamento.

O comunista falava no dia em que Pedro Passos Coelho foi empossado primeiro-ministro do XX Governo Constitucional numa cerimónia no Palácio da Ajuda, em Lisboa.

Para o PCP, é natural existirem "diferenças de perspetiva" face ao PS nas negociações para a viabilização de um executivo de esquerda, mas os encontros com os socialistas têm decorrido "sem instabilidade e sem perturbação".

"A durabilidade de qualquer solução governativa resulta das opções políticas que sejam feitas", sustentou o líder parlamentar comunista, que se escusou a apontar uma preferência sobre uma moção de rejeição autónoma do PCP ou em conjunto com outras forças políticas.

Sobre a tomada de posse desta manhã, João Oliveira lançou críticas ao chefe de Estado e sublinhou as suas responsabilidades pela atual situação política.

"É cada vez mais clara a extensão e dimensão da responsabilidade [de Cavaco] pela instabilidade que criou no país ao decidir indigitar Passos Coelho para formar Governo", advogou o parlamentar comunista.

Pedro Passos Coelho foi hoje empossado primeiro-ministro do XX Governo Constitucional, pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, durante uma cerimónia no Palácio da Ajuda, em Lisboa. Na cerimónia, o Presidente da República afirmou que o executivo de Pedro Passos Coelho tem plena legitimidade constitucional, reiterando que em 40 anos de democracia a responsabilidade de governar sempre coube a quem ganhou as eleições.

Nos próximos dias 9 e 10, o Governo apresentará o seu programa à Assembleia da República. PS, PCP e BE anunciaram a intenção de apresentar moções de rejeição que, a serem aprovadas, implicam a demissão do Governo.

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