O objetivo alcançado de uma vitória para Sebastian Vettel, na noite de Singapura, foi por duas vezes interrompido com a entrada do Safety Car, quebrando de ambas uma vantagem construída em pista pelo alemão da Ferrari para o seu maior rival hoje, o australiano Daniel Ricciardo, no Red Bull.
Os períodos de Safety Car derivaram, primeiro, de um toque entre Nico Hulkenberg e Felipe Massa (resultando no abandono imediato do alemão da Force India) e mais tarde na inusitada situação de um espectador que resolveu passear-se em pista, como se nada fosse.
Vettel fez realizou os seus 2 pit stops durante ambos os períodos de Safety Car, de resto tal como os principais adversários na corrida, Ricciardo, Raikkonen, Hamilton e Rosberg.
O campeão do mundo e líder destacado do campeonato abandonou, naquele que foi o seu primeiro problema da época (3º abandono em 2 anos), com uma avaria eletrónica no acelerador que comprometeu o resultado e o levou para as boxes.
Quem gostaria de ter aproveitado este percalço, numa pista onde a Mercedes tivesse vantagem óbvia, era Nico Rosberg. O alemão vice líder do mundial, não conseguiu porém aproveitar mais do que o 4º lugar final, pois a Mercedes pela primeira vez em 2015 esteve longe de estar em condições de triunfar em pista.
Valtteri Bottas terminou em 5º lugar, depois de cautelas na fase final da corrida em relação à caixa de velocidades, por aviso da boxe, caixa que tinha levado ao abandono já de Felipe Massa. Também ambos os McLaren Honda abandonaram com problemas de caixa de velocidades, primeiro Alonso depois Button.
Daniil Kvyat foi 6º, no final, depois de perder dois lugares para os Mercedes logo no primeiro período de Safety Car.
Os dois Toro Rosso terminaram também nos pontos, com Max Verstappen a fazer uma corrida fenomenal, na sua estreia em Singapura. O jovem piloto de 17 anos ficou parado na largada para o GP, não engrenando a embraiagem para partir. Mas saindo quase com uma volta da atraso o holandês acabou em 8º lugar a corrida, recusando-se a seguir indicações da boxe da sua equipa no final, para dar passagem ao seu colega Carlos Sainz. Veremos as consequências que tal terá na escuderia, sendo que o jovem Max está tão bem cotado, que quanquer tumulto lhe será benéfico, pois quase todos o pretendem ter.
Felipe Nasr obteve o último dos lugares pontuáveis já nas últimas voltas, ao passar Romain Grosjean, no Lotus, não resistindo o francês a uma excessiva degradação dos pneus.
A VITÓRIA
Os triunfos da Malásia e Hungria mais cedo este ano, surgiram de modo mais inesperado. Na Malásia porque os carros de Maranello foram mais amigos dos compostos em pista, na Hungria devido a um erro tático da Mercedes que fez Hamilton perder a corrida. Em Singapura, desde 6ª feira que a Ferrari foi superior em quase todos os momentos. Mas também é certo que não foi o ritmo da Ferrari que se apresentou substantivamente mais eficaz. Foi a súbita e inexplicável (porque não percebida nem corrigida) perda de performance dos Mercedes ao longo do fim de semana.
HULKENBERG E ... UM IDIOTA A PASEAR EM PISTA.
Os Mercedes estiveram sempre aquém do ritmo de Ferrari e até Red Bull.
Na corrida, Hamilton e Rosberg aproveitaram o 1º pitstop para saltar para a frente de Kvyat. E após a saída do Saffety Car, verificou-se que Vettel nunca mais foi embora como antes acontecera. Ricciardo manteve-se sempre por pertom ao contrário da inicial vantagem de Sebastian, acima dos 5 segundos nas primeiras voltas.
Nico Hulkenberg foi demasiado otimista ao discutir com Felipe Massa que saía do seu 1º pit stop, a posição. Resultado, acabou no muro, suspensão partida. E considerado culpado, recebeu pontos de penalização no campeonato da segurança e vai perder 3 posições em grelha no próximo GP do Japão.
Após a saída do 1º Safety Car, para retirar detritos do carro de Hulkenberg e após um primeiro bloqueio de vantagem para Vettel, o alemão da Ferrari lá foi com mais dificuldade, aumentando um pouco a vantagem para Daniel Ricciardo.
Mas o Safety Car iria entrar de novo. Numa altura em que o mundo foi surpreendido com a ideia de um espectador sair para a pista, andando em contra-mão ao sentido da corrida. Uma situação que é um “buraco” em termos de segurança e organização, mas mais ainda, um disparate perigoso e ignorante por parte do “artista”.
Direta ou indiretamente, aa 2ª entrada do Safety Car levou ao aproveitamento de todos para fazer o 2º pitstop. E assim as opções táticas anteriores foram subitamente alteradas.
MAIS UM SUFOCO PARA A McLAREN
A McLaren tinha enormes esperanças para a corrida de Singapura. Um traçado onde as limitações do seu ERS/motor não seriam tão evidentes. E por momentos as esperanças estavam a converter-se em realidade com ambos os carros no Top10. Porém, depressa a situação mudou.
Fernando Alonso foi chamado à boxe com um problema eletrónico a afetar a caixa de velocidades.
Quanto a Jenson Button, passou primeiro por uma péssima operação de pitstop, depois num duelo em pista com Pastor Maldonado acabou por partir a asa dianteira do seu carro e por fim, também ele foi chamado para abandonar com o mesmo tipo de problema na caixa, que Alonso sentiu.
A ESPERANÇA E DESILUSÃO DE HAMILTON
Hamilton acredita que teria sido capaz de lutar pela vitória no GP, mas o certo é que o carro cedeu. Ele estava em 4º lugar, num momento em que na frente, Vettel começou a sentir mais dificuldades em ir embora de Ricciardo e companhia.
Hamilton estava correndo quarto quando um problema desenvolvido com sua unidade de poder, forçando-o a se aposentar.
Lewis começou a aumentar a confiança, ao não perder tempo para o Top 3 mesmo rodando com o composto macio, enquanto na frente todos rodavam com os supermacios.
Mas o acelerador cedeu eletronicamente. E o abandono confirmou-se.
No GP em que Hamilton ameaçava igualar o número de 41 Vitórias do seu ídolo Ayrton Senna e também de Sebatian Vettel, afinal foi o alemão que avançou para a 42ª vitória, tornando-se agora o 3º piloto da história com mais triunfos de sempre (atrás de Prost e Schumacher).
CLASSIFICAÇÃO FINAL GP DE SINGAPURA
| Pos | Piloto | Equipa | Tempo |
| 1. | Sebastian Vettel | Ferrari | 2:01:22.118 |
| 2. | Daniel Ricciardo | Red Bull Racing | +1.478s |
| 3. | Kimi Räikkönen | Ferrari | +17.154s |
| 4. | Nico Rosberg | Mercedes | +24.720s |
| 5. | Valtteri Bottas | Williams | +34.204s |
| 6. | Daniil Kvyat | Red Bull Racing | +35.508s |
| 7. | Sergio Perez | Force India | +50.836s |
| 8. | Max Verstappen | Toro Rosso | +51.450s |
| 9. | Carlos Sainz | Toro Rosso | +52.860s |
| 10. | Felipe Nasr | Sauber | +90.045s |
| 11. | Marcus Ericsson | Sauber | +97.507s |
| 12. | Pastor Maldonado | Lotus | +97.718s |
| 13. | Romain Grosjean | Lotus | +2 voltas |
| 14. | Alexander Rossi | Marussia | +2 voltas |
| 15. | Will Stevens | Marussia | +2 voltas |
| D. |
Jenson Button | McLaren | Caixa |
| D. |
Fernando Alonso | McLaren | Caixa |
| D. |
Lewis Hamilton | Mercedes | Acelerador |
| D. |
Felipe Massa | Williams | Caixa |
| D. |
Nico Hulkenberg | Force India | Acidente |
Com o triunfo Vettel fica a 49 pontos de Hamilton, com 6 GPs para o final. Nico Rosberg reduziu a diferença para Hamilton, agora sendo 41 pontos de diferença.
Hamilton tem os mesmos 252 pontos, Rosberg passa a 211, Vettel 203, Raikkonen 107, Bottas 101, Massa 97, Ricciardo 73, Kvyat 66, Perez 39.
Nos construtores, a Mercedes tem 463 pontos, a Ferrari 310, Williams 198, RedBull 139, Force India 69, Lotus 50, Toro Rosso 41, Sauber 26, McLaren 17.
A próxima corrida será o GP do Japão, em Suzuka, em 27 de setembro.
