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G7 e países do Golfo prometem milhões aos refugiados

por Graça Andrade Ramos, RTP
Migrantes numa fila de alimentos na fronteira austro-húngara a 27 de setembro de 2015 Heinz-Peter Bader - Reuters

A ONU há muito pedia ajuda, sem conseguir mais do que promessas. Desta vez, após uma reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 e das monarquias do Golfo, foi anunciado um acordo de fornecimento de 1.8 mil milhões de dólares (1.6 mil milhões de euros) às organizações que apoiam os refugiados.

"Chegamos a acordo para fornecer em conjunto 1.8 mil milhões de dólares às agências de auxilio internacionais das Nações Unidas, especialmente a Agencia da ONU para os Refugiados e o Programa Alimentar Mundial", declarou em Nova Iorque o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier.

Só a Alemanha irá fornecer 100 milhões de euros.

Separadamente o Japão anunciou uma ajuda de 1.5 mil milhões de dólares dedicados apenas à crise de refugiados do Médio Oriente. O montante incluirá 810 milhões de dólares de auxílio aos refugiados iraquianos e sírios - o triplo do que o Japão entregou o ano passado - com o restante consagrado aos esforços de manutenção de paz.

Da reunião em Nova Iorque participaram a Grã-Bretanha, o Canadá, a França, a Alemanha, a Itália, o Japão e os Estados Unidos - que integram o G7 - assim como o Qatar, o Koweit, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, a Áustria, a Holanda, a Noruega, a Suécia, a Suíça e a Turquia.
ONU pediu 20.000 milhões
A decisão surge depois do secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, avisar na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, que as agências estão à beira da "falência".

A ONU pediu ajudas recordes de 20 mil milhões de dólares este ano, para fazer face à crise migratória, seis vezes mais do que há dez anos.

Recebeu somente um terço dos fundos de que necessita para a Síria e a metade do auxílio necessário para o Iraque, assim como o Sudão do Sul e o Iémen, dois países onde a violência se agravou desde março.

António Guterres, Alto Comissário da ONU para os Refugiados, agradeceu as novas contribuições, sublinhando que as agências da ONU não têm conseguido muitas vezes garantir "o mínimo vital" aos refugiados.

"É uma das razões pelas quais nós vemos cada vez mais refugiados partir para mais longe, pois tornou-se impossível para eles subsistir nos primeiros países de acolhimento", afirmou.

Em todo o mundo há 60 milhões de refugiados e deslocados por conflitos, o número mais elevado desde a IIª Guerra Mundial.
ONU reúne-se sobre guerra na Síria
A Europa enfrenta a pior crise de refugiados em 70 anos. A ACNUR calcula que mais de meio milhão de pessoas atravessou o Mediterrâneo desde o início de 2015, tentando alcançar as costas europeias da Grécia e da Itália.

A maioria destes migrantes afirma-se refugiado vindo da Síria ou do Afeganistão e pretende fixar-se na Alemanha - que diz estar preparada para receber um milhão de pedidos de asilo só em 2015 - e nos países nórdicos.

Uma das principais causas da crise migratória é a guerra na Síria, que já provocou quatro milhões de refugiados, a maioria a viver em campos na Jordância, Líbano e Turquia. O assunto deverá voltar a dominar as reuniões nas Nações Unidas esta quarta-feira.

Ban Ki Moon organiza uma cimeira sobre a crise migratória, à margem dos trabalhos da Assembleia da ONU, para tentar definir uma resposta global.

A Rússia irá presidir a uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a melhor forma de combater a ameaça jihadista do grupo Estado Islâmico na Síria e no Iraque.

Esta quarta-feira o Kremlin recebeu autorização da Câmara Alta do Parlamento para enviar tropas para a Síria, para bombardear por meios aéreos as posições jihadistas.
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