Tarantini quer levar estudo à UEFA e FIFA

por Mário Aleixo - RTP
Tarantini estuda as debilidades do futebol português Epa

Tarantini quer levar estudo do futebol português até à UEFA e FIFA.

O jogador do Rio Ave Tarantini pretende fazer chegar às mais altas instâncias do futebol mundial um estudo sobre as dificuldades que os jogadores portugueses encontram no final da carreira.

O médio da equipa vila-condense, que se tem debruçado sobre o tema através de um projeto apelidado Tarantini.pt onde tem reunido e analisado dados, considerou que "este é um problema sério e que merece reflexão".

"Quero seguir com este estudo o mais longe possível, fazendo um doutoramento e levando-o ao nível da FIFA e UEFA, porque é um problema real e tudo o que pudemos fazer para melhorar é importante", revelou o jogador.

Segundo os dados recolhidos por Tarantini, com auxílio de uma base dados de um site desportivo, o jogador português termina a carreira, em média, aos 30,9 anos, e na maior parte das vezes sem ter assegurado uma estabilidade económica.



Segundo o mesmo estudo, que abrangeu uma amostra de 16.470 jogadores portugueses de campeonatos profissionais e não profissionais, entre 1980 e 2017, apenas 16% destes atletas conseguem chegar à I Liga.

O número fica ainda mais reduzido quando analisados os jogadores que conseguem chegar a um clube "grande", algo alcançado apenas por 5%, sendo que só 2% dos futebolistas lusos atinge uma presença na seleção nacional.

Perante este cenário, Tarantini alerta para a necessidade dos futebolistas portugueses precaverem o seu futuro, apostando, nomeadamente, na educação e formação em outras áreas.

O também capitão do Rio Ave reconheceu que os jogadores de futebol ganham acima da média nacional, mas que, se não fizerem um planeamento, o pós-carreira pode ser "desastroso"

Ideias para mudar


O médio do Rio Ave elege a prevenção como palavra-chave para "inverter o problema".

"A escola e a formação existem há muitos anos, mas senão houver um plano os jogadores não vão agir. Temos de criar algo que passe pela obrigatoriedade e ir aos miúdos na formação e incentivá-los a continuar os estudos", vincou.

Tarantini, de 33 anos, que a par do futebol apostou numa carreira académica, culminada com uma licenciatura e um mestrado, pretende ir ainda mais longe na sua formação.

"Quero levar este projeto até um doutoramento, com o apoio de uma universidade e de outras entidades, e poder fazer uma avaliação ainda mais profunda sobre este tema no futebol português", garantiu.

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