Comunistas reclamam reforço do investimento público

por Maria Flor Pedroso

Foto: RTP

O líder parlamentar do PCP avisa, em entrevista à Antena 1, que o Orçamento de Estado para 2017 tem de passar pela aposta no investimento público, de forma a que a economia cresça e seja assim possível resolver os problemas dos portugueses. João Oliveira afasta também todas as dúvidas sobre a manutenção de Jerónimo de Sousa como secretário-geral no congresso comunista de dezembro.

João Oliveira deixa avisos sonoros ao Governo a propósito de um Orçamento que carece do apoio à esquerda. É a sobrevivência do atual poder executivo que está em causa.

O líder parlamentar do PCP considera que o Governo "não pode ceder à chantagem de Bruxelas". Fazê-lo, acrescenta, "é um tiro ao lado".

O dirigente comunista vai mais longe: "Se nós formos confrontandos com imposições que são contraditórias com aquilo que temos de fazer, essa contradição tem de ser superada". 

Constata João Oliveira que "há limitações muito grandes na resposta do Governo em Bruxelas, porque o Executivo tem em conta os critérios europeus". O problema, identifica o líder parlamentar do PCP, "é que a contradição tem de ser superada".
"A chantagem"

Sobre as sanções, João Oliveira diz que a questão tem de passar pela rejeição soberana do tratado orçamental e do Tratado de Lisboa.

Não basta, como o Governo e o PS fazem, aceitar "a chantagem europeia", porque mesmo que as sanções "não tenham implicações orçamentais, só o facto de existirem significa que estamos a admitir que outros tomem decisões que só a nós nos compete".

Já quanto ao cenário de um referendo para uma eventual saída da União Europeia, invocado na última convenção do Bloco de Esquerda, o dirigente comunista pede calma e diz que devem ser criadas condições para a saída. Mas essa é uma decisão que não pode deixar Portugal à mercê das opiniões e dos interesses de terceiros.
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