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"A Turquia está a pagar a fatura de uma política errada"

por Helena Cruz Lopes, João Fernando Ramos

Um atentado terrorista na Turquia provocou ontem 41 mortos e 239 feridos. O ataque ainda não foi reivindicado mas as autoridades dizem que há fortes suspeitas de que os três terroristas sejam do auto proclamado Estado Islâmico.
"É uma prova de vitalidade do Daesh num país que se não cooperou com a organização terrorista pelo menos fechou os olhos ao fluxo de combatentes, financiamento e armas, até há pouco mais de um ano e meio", lembra no Jornal 2 José Teixeira Fernandes."A Turquia está a pagar a fatura de uma política errada".

Nos últimos 13 meses aconteceram 13 atentados de terroristas grande dimensão na Turquia, outras quatro dezenas muito localizados e praticamente sem impacto mediático no leste do país. Todos foram reclamados pelo Estado Islâmico e pelo PKK, o partido dos Trabalhadores do Curdistão. O balanço: 246 mortos, mais de um milhar de feridos.

No Jornal 2 José Teixeira Fernandes deixa claro que em todas as situações o terror é inaceitável mas faz questão de explicar que "os alvos do PKK, que reivindica a independência do Curdistão, são sempre a polícia e o exercito (ainda que façam quase sempre vítima inocentes), ao passo que os do Estado Islâmico não têm alvo específico e destinam-se apenas a ter o maior impacto possível".

O analista de política internacional recorda que até 2011 a Turquia apostava tudo na queda de Bashar Al-Assad e que os grupos extremistas islâmicos cumpriam um papel importante nesse sentido na Síria.

A mudança do cenário geoestratégico no médio oriente obrigaram a refazer alianças e a trocar de inimigos. A Turquia passou a combater o Estado Islâmico, retomou uma aliança antiga com Israel e está a reaproximar-se da Rússia, a quem abateu o ano passado um avião.
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