"A única solução para evitar eleições em Espanha é o PP desistir de Mariano Rajoy"

por João Fernando Ramos

Em Espanha, o líder do Partido Popular dramatiza o discurso num apelo ao PSOE para viabilizar o governo.
"Os socialistas não o deverão fazer,.Vão devolver ao PP o que este fez em abril quando estava em causa a investidura de Pedro Sanchez". A afirmação é do especialista em política espanhola Manuel Loff.
O comentador acredita que "a única solução para evitar eleições em Espanha é o PP desistir de Mariano Rajoy".

Estabilidade, moderação e eficácia - A receita para resolver a crise política em Espanha defendida por Mariano Rajoy tem poucas probabilidades de vir a ser aplicada.

As cortes espanholas votam amanhã a investidura do secretário geral do Partido Popular como chefe de governo.

À exceção do Ciudadanos, que fez um acordo com o PP, nenhum partido deve viabilizar a investidura. No Jornal 2 Manuel Loff explica que a marcação de novas eleições não é automática. "O Rei dá um prazo de dois meses para que se tente um outro acordo de coligação".

O comentador não vê qualquer solução à direita, mas também não a descortina à esquerda, já que um entendimento entre todos os grandes partidos menos o Popular necessitaria do voto favorável dos nacionalistas catalães para ver formada a maioria necessária à constituição de um governo.

"Os catalães fazem depender o seu apoio da garantia de um referendo vinculativo à independência da sua região, algo que os socialistas rejeitaram no passado recente".

Rajoy precisa esta quarta-feira de uma maioria de dois terços para viabilizar a investidura de novo governo negociado com os Ciudadanos. Um cenário que só é possível caso se verifique uma improvável de rotura nas bancadas socialista ou do Podemos.

O líder popular mantém os argumentos da legitimidade do seu partido em formar governo e acusou o PSOE de ignorar a vontade da maioria dos eleitores espanhóis.

A saída para o impasse pode estar no afastamento de Rajoy. PSOE, e o próprio Ciudadanos têm defendido um pacto anti corrupção para o país. Um acordo que não incluí o atual chefe interino do governo que está a braços com uma série de escândalos no seio do seu partido.

"Esta solução é altamente improvável", afirma Manuel Loff. Se a investidura de Mariano Rajoy não acontecer nesta semana, e não for possível qualquer entendimento para a formação de uma maioria em torno do segundo partido mais votado (o PSOE) o calendário determina que os espanhóis deverão voltar a ser chamados ás urnas num dia a todos os níveis simbólico - 25 de dezembro.
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