As assembleias de voto abriram hoje, sem incidentes, no Irão, para a segunda volta das eleições legislativas, nas quais 136 candidatos disputam os 68 assentos que ficaram por adjudicar no passado dia 26 de fevereiro.
Cerca de 27 milhões de iranianos, aproximadamente metade do censo eleitoral, estão convocados para o escrutínio, que se realiza em mais de meia centena de localidades e cidades de 21 províncias do país.
Os cidadãos da República Islâmica podem votar desde as 08:00 (05:30 em Lisboa) até às 19:00 (17:30 em Lisboa), se bem que as autoridades anunciaram que os 15.350 centros de votação poderão vir a alargar o horário definido no caso de elevada afluência.
Naquela que constitui uma novidade neste tipo de votação, nesta ocasião não se vota na cidade de Teerão, centro político e maior circunscrição eleitoral do país, já que os seus 30 deputados foram escolhidos no escrutínio de 26 de fevereiro.
Os candidatos que participam nestas eleições são aqueles que foram os mais votados em cada circunscrição mas que não alcançaram, porém, o mínimo de 25% dos sufrágios necessários para conquistar um assento.
Em geral, as circunscrições em que se vota nesta ocasião localizam-se em províncias rurais ou escassamente povoadas, o que fez com que a campanha fosse mais discreta, já que as principais figuras da vida política iraniana disputaram um assento em Teerão ou em alguma outra grande cidade como Qom, Shiraz ou Isfahan.
Estas eleições têm sido interpretadas -- tanto pelos setores conservadores como pelos reformistas e moderados -- como um barómetro do apoio ou contestação do trabalho do Presidente iraniano, Hasan Rohani, e da sua política de abertura ao mundo.
Em qualquer caso, esta votação não deve mudar substancialmente a correlação de forças, já que os reformadores e os seus aliados moderados, próximos do Presidente iraniano, Hassan Rohani, registaram fortes progressos face aos conservadores nas legislativas de fevereiro, mas nenhum dos campos garantiu a maioria.
