António Guterres presta esta segunda-feira juramento como secretário-geral da Organização das Nações Unidas, numa cerimónia em que Portugal estará representado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo primeiro-ministro, António Costa.
No discurso inaugural e depois de fazer o juramento sobre a Carta das Nações Unidas, o novo secretário-geral deverá traçar as linhas mestras do seu "programa de governo", desde a resposta às crises globais até ao muito aguardado e adiado processo de reforma da pesada maquinaria institucional da organização de 71 anos.
António Guterres é uma espécie de Papa Francisco civil, amigo dos pobres e inimigo da pobreza, amigo da paz e inimigo da guerra. É assim que o padre e amigo Vítor Melícias se refere ao próximo secretário-geral das Nações Unidas.
Vítor Melícias assistirá à cerimónia de juramento de António Guterres e fez estas declarações à enviada especial da Antena 1, Susana Barros, a bordo do avião que o transportou para Nova Iorque.
Desde que foi aclamado pela assembleia-geral da ONU em outubro, António Guterres já tratou de visitar as capitais e de se reunir com os líderes dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança.
O padre Vítor Melícias está consciente das dificuldades que esperam António Guterres no exercício das novas funções e cita o filósofo Ortega y Gasset a esse propósito.
Um dos primeiros atos de António Guterres depois de tomar posse deverá ser o anúncio da nomeação do vice-secretário-geral e do seu chefe de gabinete, com analistas a anteciparem que os dois lugares-chave serão ocupados por mulheres. Guterres já afirmou que as questões de igualdade de género no interior da ONU vão merecer atenção particular no seu mandato.
A ministra do Ambiente da Nigéria, Amina Mohammed, é tida como a principal candidata a vice-secretária-geral.
António Guterres, 67 anos, vai iniciar o seu mandato de cinco anos a 1 de janeiro de 2017, três semanas antes da tomada de posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, em Washington.