Ataques contra hospitais em Alepo são crimes de guerra - ONU

por Lusa

Os ataques contra hospitais e os cercos que provocaram fome em Alepo, no norte da Síria, constituem crimes de guerra e os seus autores devem ser levados à justiça, afirmaram hoje altos responsáveis das Nações Unidas.

Os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU reuniram-se para discutir a situação de Alepo, cidade devastada pelos combates entre o regime sírio e os rebeldes, para onde os Estados Unidos e a Rússia negociaram hoje uma trégua de dois dias.

"Vou ser absolutamente claro, mais uma vez: os ataques deliberados e diretos contra hospitais são crimes de guerra", afirmou o secretário-geral adjunto da ONU para os Assuntos Políticos, Jeffrey Feltman.

"Utilizar a fome como arma de guerra é um crime de guerra", salientou.

Jeffrey Feltamn defendeu que o Tribunal Penal Internacional em Haia deve abrir um inquérito sobre eventuais crimes de guerra cometidos na Síria.

O responsável pelas operações humanitárias da ONU, Stephen O`Brien, condenou os "ataques indesculpáveis e profundamente perturbadores" a instituições médicas de Alepo.

Os responsáveis por aqueles atos "devem entender que tais ações não podem ser e não serão esquecidos", afirmou, apelando para que os responsáveis sejam presentes à justiça.

Os Estados Unidos, a França e o Reino Unido acusaram o regime sírio de ter alimentado a escalada de violência, enquanto a Rússia, aliado de Damasco, destacou o papel de Bashar al-Assad contra os grupos terroristas em Alepo.

"O regime já realizou mais de 300 bombardeamentos, 110 tiros de artilharia e lançou 18 mísseis e 68 bombas sobre a cidade nas últimas duas semanas", denunciou a embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Power.

O vice-embaixador da Síria na ONU, Mounzer Mounzer, afirmou que o que o governo sírio tem feito na cidade de Alepo é "simplesmente cumprir a sua obrigação de proteger os seus cidadãos contra o terrorismo".

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