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"Brasil é a vanguarda da educação no mundo", diz educador português

por Lusa

Brasília, 8 mar (Lusa) - O fundador da Escola da Ponte José Pacheco considera que o "Brasil é a vanguarda da educação no mundo" e lamenta a pouca abertura de Portugal para um ensino alternativo.

"É no Brasil que está a nascer a nova educação do mundo", disse o educador português à Lusa, à margem de uma palestra sobre educação na Universidade de Brasília.

Há 15 anos, José Pacheco começou a viajar periodicamente para o Brasil e, mais tarde, mudou-se para cá, tendo, por exemplo, ajudado na implementação de um ensino alternativo no Projeto Âncora, uma instituição em São Paulo, que hoje o educador vê como "a escola mais avançada" do mundo.

A inspiração do projeto foi a Escola da Ponte, em Santo Tirso, que é encarada como uma referência mundial pelo seu projeto educativo baseado na autonomia dos estudantes e que tem em conta as aptidões e capacidades de cada um numa constante orientação vocacional e socio-emocional.

Hoje em dia, José Pacheco vive em Brasília por se encontrar a colaborar com o Governo brasileiro num projeto de indicadores de educação e a coordenar "uma nova construção de aprendizagem" em 12 escolas e comunidades do Distrito Federal.

Recusando a ideia de "modelo" educativo, José Pacheco acredita que, "daqui a 30 anos", o sistema educativo brasileiro poderá ser definido por "escolas onde se aprende e se é feliz".

"O Brasil é a contradição pura", pois tem "os piores resultados" em termos educativos, mas tem das melhores escolas, com projetos "extraordinários", tal com o Projeto Âncora, "muito superior à Escola da Ponte", avaliou.

José Pacheco chega a fazer mais de 300 viagens por ano, no Brasil e no estrangeiro, e atualmente acompanha mais de 200 escolas e universidades no país que buscam o modelo democrático da Escola da Ponte, sem aulas nem turmas.

"Tenho 32 livros publicados no Brasil e nenhum deles está publicado em Portugal", lamentou o educador, frisando: "Entrei no Brasil pela porta grande. Sou muito procurado".

"A Escola da Ponte, apesar de ter sido muito mal tratada em Portugal, é muito admirada", disse, respondendo que alguns governantes tentaram acabar com aquela instituição pública de ensino pioneiro que já existe há 40 anos.

"Os nossos alunos são os melhores", sublinhou.

José Pacheco afirmou ainda que leu um estudo, segundo o qual "quando for feita a história da educação, poderemos considerar dois períodos distintos, antes da Escola da Ponte e depois da Escola da Ponte".

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