Brexit: Interesses da Escócia "devem ser protegidos"

por Andreia Martins - RTP
Andrew Milligan - Reuters

A chefe do Governo escocês quer começar a fazer os preparativos para separar o país do Reino Unido, mantendo a opção pela independência em aberto, na sequência do referendo que ditou a saída da União Europeia.

Nicola Sturgeon lembra que os escoceses sempre estiveram contra o Brexit e que o “Remain” foi predominante no território escocês. Com o resultado geral, obtido no referendo de 23 de junho, e que dita a saída do país da União Europeia, a líder escocesa avisa que a separação é uma opção em cima da mesa.

“Se acharmos que os nossos interesses não podem ser protegidos dentro do Reino Unido, a independência será uma das opções que o Parlamento escocês tem o direito de considerar”, reiterou a líder escocesa durante uma conferência de imprensa, esta segunda-feira.
 
“Vamos dar os passos preparatórios para assegurar que essa opção está em aberto no Parlamento escocês, caso este considere que a independência é necessária”, completou.  
 
Sem especificar de que forma os órgãos políticos escoceses vão começar a equacionar a possível saída, a representante do Partido Nacional Escocês e primeira-ministra escocesa mostrou estar “determinada” em proteger o papel do país na União Europeia.   "Incerteza e imprevisibilidade"
Sturgeon já tinha afirmado, logo após o referendo de junho, que seria altamente provável a realização de uma nova votação à independência da Escócia.  
 
Há quase dois anos, o país optou por permanecer no Reino Unido, num referendo onde a pertença à União Europeia assumiu um papel central. 
No referendo de 23 de junho, a Escócia votou predominantemente pela permanência do Reino Unido na União Europeia, mas o "Brexit" acabou por vencer.
“O Reino Unido em que escolhemos ficar em 2014, um Reino Unido inserido na União Europeia, está a mudar profundamente. As perspetivas para o Reino Unido são de incerteza, agitação e imprevisibilidade”, disse Nicola Sturgeon, acrescentando que em tais circunstâncias, a opção da independência poderá ser “a que oferece maior certeza, estabilidade e controlo sobre o nosso destino”.  
 
Sobre a possibilidade de desagregação do Reino Unido, a nova primeira-ministra britânica já fez notar que pretende que o “Brexit” seja efetivo em todas as regiões e que o voto pela saída “deve ser respeitado”.  
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