A chefe do Governo escocês quer começar a fazer os preparativos para separar o país do Reino Unido, mantendo a opção pela independência em aberto, na sequência do referendo que ditou a saída da União Europeia.
“Se acharmos que os nossos interesses não podem ser protegidos dentro do Reino Unido, a independência será uma das opções que o Parlamento escocês tem o direito de considerar”, reiterou a líder escocesa durante uma conferência de imprensa, esta segunda-feira.
“Vamos dar os passos preparatórios para assegurar que essa opção está em aberto no Parlamento escocês, caso este considere que a independência é necessária”, completou.
Sem especificar de que forma os órgãos políticos escoceses vão começar a equacionar a possível saída, a representante do Partido Nacional Escocês e primeira-ministra escocesa mostrou estar “determinada” em proteger o papel do país na União Europeia. "Incerteza e imprevisibilidade"
Sturgeon já tinha afirmado, logo após o referendo de junho, que seria altamente provável a realização de uma nova votação à independência da Escócia.
Há quase dois anos, o país optou por permanecer no Reino Unido, num referendo onde a pertença à União Europeia assumiu um papel central.
No referendo de 23 de junho, a Escócia votou predominantemente pela permanência do Reino Unido na União Europeia, mas o "Brexit" acabou por vencer.
“O Reino Unido em que escolhemos ficar em 2014, um Reino Unido inserido na União Europeia, está a mudar profundamente. As perspetivas para o Reino Unido são de incerteza, agitação e imprevisibilidade”, disse Nicola Sturgeon, acrescentando que em tais circunstâncias, a opção da independência poderá ser “a que oferece maior certeza, estabilidade e controlo sobre o nosso destino”.
Sobre a possibilidade de desagregação do Reino Unido, a nova primeira-ministra britânica já fez notar que pretende que o “Brexit” seja efetivo em todas as regiões e que o voto pela saída “deve ser respeitado”.