China anuncia redução de 68.800 milhões de euros na carga fiscal das empresas

por Lusa

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, anunciou hoje uma redução de impostos para as empresas de 500.000 milhões de yuan (68.800 milhões de euros), como parte da reforma fiscal que deverá entrar em vigor em maio.

Li, que discursava durante o Fórum Boao (o "Davos asiático"), na ilha de Hainan, sul da China, reconheceu que o país enfrentará "pequenas flutuações" económicas a curto prazo, mas confiou que estas serão superadas mediantes políticas fiscais expansivas.

"Este ano, adotamos uma nova meta para o crescimento económico, entre 6,5% e 7%, para assegurar uma certa flexibilidade no nosso objetivo, porque estamos a promover reformas estruturais. Neste processo, pequenas flutuações a curto prazo são inevitáveis", disse.

Pequim está a encetar uma transição no modelo económico do país, visando uma maior preponderância do setor dos serviços e o encerramento de unidades de indústria pesada vistas como "improdutivas".

Para os próximos anos, só nos setores do aço e do carvão foram anunciados 1,8 milhão de despedimentos.

O primeiro-ministro destacou que o baixo endividamento do Governo central chinês - 17% do Produto Interno Bruto (PIB) - permitirá levar a cabo uma "política fiscal proativa".

"Em 2016, reduziremos os impostos em 500.000 milhões de yuan" para as empresas, disse Li, que descartou um aumento da carga fiscal em outros setores para compensar.

"Temos suficientes ferramentas políticas para assegurar um desempenho económico estável", garantiu, referindo-se à alta taxa de poupança do país e à margem de desenvolvimento do mercado de capitais.

O responsável chinês excluiu ainda que estas ferramentas incluam uma desvalorização da moeda chinesa, o yuan, a fim de aumentar a competitividade das exportações chinesas.

"Não desvalorizaremos o yuan para impulsionar as exportações, porque isso não ajudará as empresas envolvidas a serem mais competitivas. Estamos a tentar focar mais na exportação de produtos de qualidade média-alta", sublinhou.

 

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