O Conselho de Segurança das Nações Unidas “condenou firmemente o lançamento” de um foguetão pela Coreia do Norte que ocorreu este domingo. A condenação é unânime e foi adotada no fim de uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança das Nações Unidas que decorreu à porta fechada.
A Coreia do Norte justifica o ato com a colocação no espaço de um satélite de observação, mas não convence. A comunidade internacional vê o lançamento como um "teste encoberto de mísseis balísticos”.
Antes da condenação do Conselho de Segurança já o secretário-geral das Nações Unidas tinha apelado à Coreia do Norte para que “pare com as suas ações provocadoras e regresse ao cumprimento das suas obrigações internacionais”
"É profundamente lamentável que a República Popular Democrática da Coreia tenha realizado um lançamento usando tecnologia de míssil balístico, a 6 de fevereiro de 2016, em violação das resoluções pertinentes do Conselho de Segurança, apesar do apelo unido da comunidade internacional contra tal ato", indicou um comunicado divulgado pelo porta-voz de Ban Ki-moon.
Capaz de atingir os EUA
Os peritos estimam que o foguetão possa ter um alcance a superior a dez mil quilómetros. Ou seja, um alcance que seria suficiente para atacar território norte-americano a partir da Península Coreana.
Os primeiros protestos partiram precisamente dos países mais diretamente ameaçados – Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão. Rússia, China, França e Grã-Bretanha juntaram-se à condenação.
Reportagem de João Botas e Mário Santos - RTP
Na Coreia do Norte o lançamento foi festejado e acompanhado como um verdadeiro evento. A transmissão foi acompanhada em direto nos ecrãs gigantes da principal praça de Pyongyang. A televisão estatal mostrou inclusivamente imagens de Kim Jong-un a celebrar o acontecimento.
Apesar da retórica belicista da Coreia do Norte, os especialistas calculam que o país esteja ainda longe de conseguir um programa credível de mísseis balísticos intercontinentais.