Defesa de Dilma diz que denúncias de obstrução à justiça são mentirosas

por Lusa

São Paulo, Brasil, 04 de mai (Lusa) - O Governo do Brasil disse hoje que as alegações de que a Presidente Dilma Rousseff teria tentado obstruir a justiça e interferir nas investigações da Operação Lava Jato são falsas e já foram esclarecidas.

"Tendo em vista as informações divulgadas pela imprensa de que a Procuradoria-geral da República determinou a abertura de inquérito para apurar as denúncias do senador Delcidio do Amaral acerca de eventual obstrução de justiça, o advogado geral da união, José Eduardo Cardozo, esclarece que as denúncias são absolutamente levianas e mentirosas", lê-se num comunicado oficial do advogado Geral da União, que é o representante legal do Governo.

A imprensa brasileira noticiou hoje que a Procuradoria-geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra Dilma Rousseff, o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o advogado Geral da União, José Eduadro Cardozo, baseado em escutas telefónicas e declarações do senador Delcídio do Amaral.

A PGR quer que a investigação apure se Dilma Rousseff tentou obstruir a Justiça ao nomear o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ministro da Casa Civil.

O senador Delcídio do Amaral disse na sua "delação premiada" (acordo de redução de pena em troca de cooperação com a justiça), que Dilma Rousseff conhecia os esquemas de corrupção na Petrobras e tentou interferir na Operação Lava Jato ao nomear Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) para barrar as investigações.

Sobre estas declarações, a nota do representante legal do Governo aponta que "a abertura de inquérito irá demonstrar apenas que o senador, mais uma vez, faltou com a verdade, como aliás já anteriormente havia feito quando mencionou ministros do Supremo Tribunal Federal na gravação que ensejou a sua prisão preventiva".

O Instituto Lula também divulgou um comunicado sobre o pedido de investigação apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF contra o Ex-Presidente e a chefe de Estado.

"Só existe um crime evidente neste episódio: a gravação clandestina e divulgação ilegal de um telefonema da Presidente da República. Mais grave ainda é que este crime tenha sido praticado por um juiz federal, afrontando não apenas a lei mas uma decisão do Supremo Tribunal Federal", alega o comunicado.

O texto também indica que "conversas telefónicas do ex-Presidente Lula, grampeadas [escutadas] pela Operação Lava Jato, são a prova cabal de que não houve ilegalidade nem obstrução à justiça em sua nomeação para o Ministério pela Presidente Dilma Rousseff".

"A gravação ilegal indesculpável é que deveria merecer a ação da Procuradoria Geral da República, em defesa da lei e do estado de direito", acrescenta o mesmo comunicado.

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