Os deputados trabalhistas aprovaram a moção de desconfiança ao líder Jeremy Corbyn. O texto foi aprovado por 172 deputados, tendo-se registado 40 votos contra. A votação não tem caráter vinculativo mas é um novo indicador de como a liderança de Jeremy Corbyn é posta em causa desde o referendo.
A moção de desconfiança foi entregue no Parlamento britânico logo na sexta-feira, dia em que foram conhecidos os resultados da consulta popular. Desde a derrota do “Remain” no referendo que se multiplicam os apelos à saída de Corbyn da liderança trabalhista, bem como as demissões no governo sombra trabalhista.
Em comunicado divulgado depois da votação, Jeremy Corbyn defende que a moção não tem “legitimidade constitucional” e mantém que não se irá demitir. “Fui eleito democraticamente líder do nosso partido para seguir uma nova política por 60 por cento dos membros e apoiantes do Labour. Não os irei trair renunciando”, sublinha o líder trabalhista.
Apoio popular, oposição parlamentar
Ainda antes de a votação ocorrer, Jeremy Corbyn tinha insistido que o voto desta moção de desconfiança não tem qualquer significado, apelando aos seus opositores para que avancem com um candidato à liderança trabalhista.
Jeremy Corbyn conquistou a liderança do Labour em setembro de 2015, com mais de 59 por cento dos votos. Este foi o melhor resultado de sempre, mesmo superior à histórica vitória de Tony Blair em 1994.
No entanto, o líder trabalhista nunca conseguiu obter o apoio dos deputados do partido, politicamente mais ao centro e próximos de Ed Miliband, seu antecessor na liderança do Labour e candidato derrotado nas eleições de 2015.