O veículo estava abandonado na berma de uma autoestrada, no Estado de Burgenland (leste), que faz fronteira com a Hungria, disse o porta-voz da a polícia Hans Peter Doskozil.
Estavam dentro de um camião estacionado na berma da autoestrada A4, que liga Burgenland Neusied à cidade de Parndorf, leste da Áustria, noticiou o jornal Krone, informação confirmada depois pela polícia.
As indicações iniciais referem que os migrantes morreram asfixiados.
"Infelizmente há muitos mortos ali dentro", afirmou um representante do Ministério do Interior da Áustria, referindo não ter ainda um número exato de vítimas, que descreveu como refugiados.
O chefe de gabinete do primeiro-ministro Viktor Orban afirmou que a matrícula do camião é húngara, revelando que as polícias de ambos os países estão a trabalhar em conjunto para identificar os proprietários do veículo e determinar se este foi roubado ou alugado.
Janos Lazar voltou a criticar asperamente a União Europeia por não conseguir controlar de forma adequada a entrada dos migrantes.
"O que se tem passado nós últimos dias mostra que a União Europeia é incapaz de defender as suas fronteiras", afirmou.
Asfixiadas
O camião refrigerado terá sido abandonado na quarta-feira e desligado. Um funcionário da ASFINAG que passou no local quinta-feira de manhã foi alertado para a ocorrência depois de ver líquido a escorrer da caixa do camião.
A polícia foi imediatamente alertada e descobriu então os corpos. As vítimas terão morrido sufocadas, mas a polícia recusou avançar a causa de morte.
"Não podemos neste momento dar quaisquer detalhes concretos sobre como as mortes ocorreram", afirmou o diretor da Polícia Nacional, Hans Peter Doskozil.
"Tolerância zero"
Em conferência de imprensa ao meio-dia, a ministra do Interior Johanna Mikl-Leitner lamentou o sucedido, referindo-se a um "dia negro" e classificando como "desprezíveis" os métodos usados pelos traficantes.
Tem de haver "tolerância zero" para com a "Máfia dos camiões" que "anda à solta" no país e que devia estar "atrás das grades", referiu ainda a ministra.
A tragédia sublinha de novo a necessidade de uma política comum na União Europeia para proteger migrantes e combater o tráfico de pessoas, garantindo ajuda aos verdadeiros refugiados de guerra, acrescentou Mikl-Leitner.
Os responsáveis austríacos anunciaram o reforço da vigilância nos comboios e nas fronteiras do país.
O ministro da Justiça, Wolfgang Brandstetter, disse que estava "chocado, profundamente entristecido e irritado".
Sem paragens
A polícia anunciou hoje ter intercetado terça-feira de manhã pelo menos três camiões que procuravam entrar na Áustria. Num deles encontravam-se 34 refugiados, incluindo dez crianças.
Os migrantes afirmaram à polícia terem entrado no veículo na fronteira da Sérvia, para serem levados até à Áustria "sem paragens e quase sem conseguir respeirar". Vários apelos ao motorista para parar foram ignorados.
Dezenas de milhares de migrantes oriundos do Médio Oriente e de África têm tentado entrar na Europa nos últimos anos, um número que subiu em flecha nas últimas semanas.
