A Presidente do Brasil com mandato suspenso, Dilma Rousseff, agradeceu a apoiantes antes do julgamento desta quinta-feira.
Dirigindo-se aos "companheiros", na noite de quarta-feira, Dilma Rousseff começou por dizer: "Eu acredito que vocês são o que de melhor me aconteceu e ao país nesses tempos tão sombrios".
Repetindo a ideia de ser alvo de "um golpe", lembrou o antigo Presidente Getúlio Vargas, que "se suicidou porque queria preservar a democracia" no país e "sabia que ela estava em risco".
"Nós somos responsáveis por termos construído um outro tempo histórico, porque hoje eu não tenho de renunciar, não tenho de me suicidar, não tenho de fugir", completou.
Centenas apoiaram Dilma
Dilma Rousseff voltou a defender que o processo de impeachment (destituição) de que é alvo se deve a medidas que o Partido dos Trabalhadores (PT), através do Governo do ex-presidente Lula da Silva e do seu, tomaram em defesa de "políticas sociais" e de apoio às minorias.
Num "Ato em defesa da democracia com Dilma", organizado pela Frente Brasil Popular, no Teatro dos Bancários, em Brasília, lia-se que "quem resistiu ao golpe militar, resistirá ao golpe parlamentar", numa alusão à luta que Dilma Rousseff travou em favor da democracia no tempo da ditadura militar.
Na sala cheia com largas centenas de pessoas, os adereços saíram do palco e vestiram as paredes, com mensagens de apoio à primeira mulher que chegou à Presidência do Brasil, como "Fora, Temer golpista" e "num congresso de bandidos, os honestos é que são réus". Dilma Rousseff só vai usar da palavra em sede de julgamento na próxima semana.
O julgamento final de Dilma Rousseff por irregularidades orçamentais, que deverá afastá-la definitivamente da Presidência, começa esta quinta-feira no Senado e decorre durante vários dias.
Antes da última votação, serão ouvidas as testemunhas de acusação e defesa, além de ser realizada uma sessão em que se espera que a Presidente afastada fale aos senadores e responda a perguntas sobre o processo, como revela o correspondente da RTP, Luís Baila.
Dilma Rousseff decidiu defender-se pessoalmente na segunda-feira no Senado.
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