Dilma Rousseff destituída da Presidência do Brasil

por Jorge Almeida - RTP
Ueslei Marcelino - Reuters

Dos 81 senadores, 61 votaram a favor da destituição de Dilma Rousseff. Michel Temer é o novo Presidente do Brasil.

Nove meses depois do início do processo de destituição de Dilma Rousseff do cargo de presidente do Brasil, 61 senadores votaram a favor da perda de mandato.

O novo Presidente do Brasil passa a ser Michel Temer, até agora o Vice-Presidente e o Presidente interino durante o processo que hoje termina.

Bastava 54 senadores (maioria de dois terços) responderam “sim” para Dilma Rousseff perder o mandato.

O correspondente da RTP no Brasil, Luís Baila, acompanhou a votação do senado.

A ex-presidente brasileira foi considerada culpada dos crimes de responsabilidade por empréstimos financeiros e a abertura de créditos sem autorização do congresso. As chamadas “pedaladas fiscais” para retocar as contas públicas.

A votação foi dividida em duas: a primeira sobre a perda de mandato e a segunda sobre os seus direitos políticos, que afastou a pena de inabilitação para exercício de cargo público.

Há menos de dois anos, Dilma foi eleita para um segundo mandato com 54,5 milhões de votos mas foi incapaz de dar forma aos sonhos herdados da era Lula da Silva.

O país atravessa uma grave crise económica com o PIB a recuar mais de 6% em 2015, a maior retração a nível mundial. O investimento diminuiu de forma acentuada e o desemprego conta com 12 milhões de brasileiros sem trabalho.

Dilma Rousseff assumiu a sua própria defesa no senado. Foto: Ueslei Marcelino - Reuters

Durante todo o processo, a ex-presidente do Brasil disse sempre estar perante um “golpe de estado” para a afastar da presidência, tal como outros líderes de países da América latina como o venezuelano Nicolás Maduro, o equatoriano Rafael Correa e o boliviano Evo Morales.
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