Dirigente máximo do Tibete nomeado para o mesmo cargo em Xinjiang

por Lusa

Pequim, 30 ago (Lusa) - O Partido Comunista da China (PCC) anunciou a nomeação de Chen Quanguo como novo responsável máximo da organização na região autónoma de Xinjiang, depois de este ter ocupado, até à data, aquele cargo no Tibete.

Tibete e Xinjiang são as duas regiões chinesas mais vulneráveis ao separatismo.

O Tibete, que foi durante muito tempo independente, foi ocupado por tropas chinesas, em 1951.

Em 14 de março de 2008, manifestações degeneraram em violência em Lassa, capital daquela região autónoma, e nas regiões onde residem minorias tibetanas, causando 21 mortos, de acordo com Pequim, e mais de 200, segundo o governo tibetano no exílio.

Chen Quanguo, que é da etnia chinesa maioritária han, assumiu o cargo de secretário-geral do PCC - o mais importante nas regiões autónomas chinesas - no Tibete, em 2011.

Desde então, "a região permaneceu estável e alcançou um rápido crescimento económico", referiu o jornal oficial China Daily.

A sua chegada a Xinjiang, palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, ocorre num período em que Pequim intensifica a luta contra o "separatismo" na região.

Xinjiang é habitado pela minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional.

Peritos e grupos de defesa dos Direitos Humanos consideraram que a política repressiva de Pequim relativamente à cultura e religião dos uigures alimenta as tensões étnicas.

O Governo chinês acusa, no entanto, o que considera grupos separatistas exilados, como o Movimento Islâmico do Turquestão Oriental, de estar por detrás dos ataques terroristas ocorridos no Xinjiang.

"Prevenir atividades terroristas tem sido o maior desafio para os altos funcionários no Xinjiang, que tem sido a linha da frente da China no combate ao terrorista", apontou o China Daily.

Chen substituiu Zhang Chunxian, que foi nomeado secretário do PCC no Xinjiang, em 2010, meses após tumultos entre uigures e han terem causado quase 200 mortos e 1.700 feridos.

O PCC anunciou também a substituição dos secretários gerais das províncias de Hunan e Yunnan, no sul do país, por dois aliados do Presidente chinês, Xi Jinping, que trabalhou junto com este na sua época como principal responsável do partido em Xangai, a "capital" económica da China.

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