"É importante este esforço para ganhar a Alemanha para uma estratégia de crescimento"

por João Fernando Ramos

François Hollande, Matteo Renzi e Angela Merkel juntaram-se para falar sobre a segurança da União Europeia e a luta contra o terrorismo, com saída do Reino Unido da União a marcar o encontro.
Os líderes de Itália, França e Alemanha preparam uma estratégia comum para a próxima cimeira europeia. No Jornal 2 Manuel Pizarro do PS elogia a iniciativa italiana. "É importante este esforço para ganhar a Alemanha para uma estratégia de crescimento na Europa".

Os líderes das três maiores economias da futura Europa a 27 reuniram no porta-aviões Garibaldi, fundeado ao largo da ilha italiana de Ventotene.

O Reino Unido já não está presente, mas como afirmou o primeiro-ministro italiano "A Europa não morreu".

Nuno Vieira e Brito, do CDS, assinala o simbolismo de todas as escolhas italianas para este encontro: O mediterrâneo e a ilha que fica na rota dos refugiados, o porta aviões como símbolo de projeção da soberania, e o próprio nome do navio almirante da armada italiana: Giuseppe Garibaldi - o homem que unificou a Itália no século XIX.

O encontro serviu também para Matteo Renzi "deixar uma nota de esperança aos mais jovens quanto ao futuro da União" e lembrar Altiero Spinelli, jornalista e militante comunista condenado em 1927 a 16 anos de reclusão por seus textos críticos à chegada de Benito Mussolini ao poder.

Em 1941 Spinelli foi enviado para uma prisão na ilha. Ai redigiu em segredo o "Manifesto de Ventotene".

Escrito em folhas de papel de cigarro e escondido numa caixa com fundo duplo, o documento, cujo título completo é "Por uma Europa livre e unida. Projeto de manifesto", passou clandestinamente ao continente e foi difundido desde 1943. É considerado uma espécie de texto constitucional de uma Europa Federal.

No Jornal 2 Manuel Pizarro lembra um dos princípios já então enunciados como basilares para a construção de uma Europa coesa: o da solidariedade. "A criação da moeda única tem que ter contrapartidas" afirma, lembrando que "a Europa tem que fazer contas mas não pode ser apenas uma agência de cálculo de défices e dívidas".
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