Eleições regionais em Espanha marcam início de tentativa para saída de crise

por Lusa

Madrid, 23 set (Lusa) -- As eleições regionais que se realizam domingo na Galiza e País Basco vão marcar o início de uma derradeira tentativa dos partidos políticos espanhóis para saírem do impasse atual e evitar a marcação de terceiras eleições nacionais antes do fim do ano.

O PSOE realiza uma reunião do seu Comité Federal a 01 de outubro próximo para decidir se o partido deve liderar a formação de um executivo alternativo ao atual governo nacional em Madrid, mas o resultado das eleições nas duas comunidades autónomas não deverão fortalecer a posição dos socialistas.

As sondagens publicadas nas últimas duas semanas indicam uma provável descida da influência do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) nessas regiões, o que enfraquece as possibilidades de este partido de liderar uma candidatura alternativa ao Governo espanhol.

Os radicais de esquerda do Podemos são uma das novidades nestas eleições regionais, onde concorrem pela primeira vez, depois de terem obtido resultados importantes na Galiza e País Basco nas últimas eleições para o parlamento nacional.

Segundo as sondagens, na Galiza o PP deverá manter a maioria absoluta com 40-41 lugares, num total de 75, e a Marea (coligação que agrupa, entre outros, o Podemos e a Esquerda Unida) e o PSOE (18 deputados em 2012) estão praticamente empatados com 16 deputados regionais.

Nas últimas eleições para o parlamento regional galego, em 2012, o PP foi o partido mais votado (45,8%, 41 lugares), seguido do PSOE (20,6%, 18), AGE (Alternativa Galega de Esquerda, nacionalista, 13,9%, 9) e o BNG (Bloco Nacionalista Galego, de esquerda, 10,1%, 7).

Nas eleições legislativas nacionais, em 26 de junho último, o PP foi o partido mais votado na Galiza (41,5%), seguido pelo PSOE (22,2%), o Podemos (22,2%), e o Ciudadanos (8,6%).

A Galiza está situada no noroeste da península Ibérica, a norte de Portugal e tem cerca de 2,78 milhões de habitantes (dados de 2008) e um território que corresponde a cerca de um terço do de Portugal.

Quanto ao País Basco, o PNV (Partido Nacionalista Basco) ganharia as eleições, segundo as sondagens, conseguindo eleger 27-28 deputados, num total de 75, para a assembleia regional, seguido EH Bildu (coligação de vários partidos regionais de esquerda e independentistas Euskal Herria Bildu) com 16, seguida muito de perto do Podemos com 15-16, enquanto o Ciudadanos (centro-direita) ficaria sem qualquer representante.

Os socialistas bascos seriam os grandes perdedores, ao passarem de 16 para oito lugares, metade dos que têm neste momento, ficando empatados com o PP (Partido Popular, direita).

Nas últimas eleições para o parlamento regional basco, em 2012, o PNV (Partido Nacionalista Basco) foi o mais votado (34,6%, 27 deputados), seguido pela coligação de vários partidos regionais de esquerda e independentistas Euskal Herria Bildu (EH-Bildu, 25%, 21), o PSOE (19,1%, 16) e o PP (11,7%, 10).

Nas eleições legislativas nacionais, em 26 de junho último, o Podemos foi a força política mais votada (29,3%) no País Basco, seguida pelo PNV (25%), o PSOE (14,3%), o EH-Bildu (13,4%) e o PP (13%).

A Comunidade Autónoma do País Basco é uma das 17 comunidades autônomas da Espanha e está situada no nordeste daquele país, junto aos Pirenéus.

Esta comunidade faz parte da região historicamente denominada País Basco, que inclui outra comunidade autónoma em Espanha, Navarra, e a região adjacente em França, que os nacionalistas bascos consideram como território cultural e linguístico do povo basco.

A Espanha está num impasse político com os quatro principais partidos políticos (PP, PSOE, Unidos Podemos e Ciudadanos) incapazes de formar uma coligação que apoie a formação de um novo Governo.

Se a situação não for debloqueada até 31 de outubro próximo, o rei Felipe VI terá de dissolver o parlamento e convocar novas eleições.

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