Espanha reconsidera abastecimento de frota russa em Ceuta

por Graça Andrade Ramos - RTP
O porta-aviões russo Almirante Kuznetsov ao largo na Noruega em 17 de outubro de 2016 Forças Armadas da Noruega - Reuters

Pressionada pelos seus aliados na NATO, Madrid está a rever o pedido de reabastecimento da frota de navios armados russos em Ceuta, afirmou o Ministério espanhol dos Negócios Estrangeiros.

"Os pedidos mais recentes de abastecimento estão a ser revistos neste momento, com base na informação que estamos a receber dos nossos aliados e das autoridades russas", afirmou terça-feira à noite um porta-voz do Ministério espanhol.

Já esta quarta-feira de manhã, fontes diplomáticas espanholas referiram que três navios russos foram autorizados há algumas semanas a fazer escala em Ceuta, segundo uma prática que se tem tornado habitual nos últimos anos e que se baseia em decisões "caso a caso". Desde 2011 mais de 60 navios da Marinha de Guerra russa aportaram em Ceuta.

Mas, caso se comprove que estes três navios integram a flotilha que se dirige à Síria, as autorizações serão revogadas, garantiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Espanha.

"Estamos à espera de receber informação detalhada por parte da NATO e da própria embaixada russa para tomar uma decisão", acrescentaram.
Frota passou ao largo de Portugal

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, mostrou-se preocupado com a possibilidade de este grupo de combate vir a participar no assalto final em Alepo, na Síria, já em novembro, atingindo alvos civis.

A frota russa, que passou no Canal da Mancha na sexta-feira e ao largo de Portugal durante o fim de semana, inclui o único porta-aviões russo, o Almirante Kuznetsov, assim como um cruzador, dois navios anti-submarinos e quatro navios de apoio e deverá ser escoltada por submarinos, afirmam responsáveis da Aliança do Atlântico Norte.

Transporta ainda dezenas de bombardeiros e de helicópteros e vai reforçar a força de dez navios russos já ao largo da costa síria.
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