Estado Islâmico está a usar civis como escudos humanos em Mossul

por Cristina Sambado - RTP
Alaa Al-Marjani - Reuters

A ONU denuncia que o grupo extremista Estado Islâmico massacrou, na passada quarta-feira, 232 pessoas, entre homens mulheres e crianças, perto da cidade iraquiana de Mossul, e que usou milhares de civis como escudos humanos.

As informações recolhidas pela ONU referem a “execução a tiro, na quarta-feira de 232 pessoas”.

Entre os 232 mortos em Mossul, encontravam-se 190 antigos soldados iraquianos e 42 civis.

Além disso, à medida que as tropas da coligação internacional avança no terreno, o grupo Estado Islâmico está a obrigar as populações a juntarem-se na cidade do norte do Iraque para servirem de escudos humanos.

Cerca de oito mil famílias, de seis membros cada em média, foram obrigadas a ficar perto das instalações militares do Daesh de forma a frustrarem os ataques da coligação internacional.

Segundo Ravina Shamdasani, porta-voz da ONU, o Daesh "forçou dezenas de milhares de pessoas a abandonarem as suas casas nalguns distritos em volta de Mossul". Também alguns moradores da cidade foram obrigados a deixar as suas casas.

“Os civis que recusam obedecer às ordens dos jihadistas são executados no momento", acrescentou.

“A estratégia depravada e cobarde do Estado Islâmico é tentar usar a presença de civis, capturados como reféns para evitar operações militares da coligação em certos pontos, usando dezenas de milhares de homens, mulheres e crianças como escudos humanos”, acusou Ravina Shamdasani.

As organizações humanitárias falam em mais de 10 mil pessoas deslocadas nos últimos dias.

A ofensiva do exército iraquiano e das forças curdas para reconquistar a cidade de Mossul teve início a 17 de outubro, com o apoio da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos.

Entretanto, dezenas de aldeias já foram libertadas pelas tropas iraquianas, à medida que a ofensiva vai avançando em direção a Mossul, a última cidade iraquiana controlada pelo Estado Islâmico.
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