Um bombista suicida fez-se explodir entre os fiéis na saída das orações da mesquita xiita de al-Mo'ayyad no quarteirão de Jarraf em Sanaa, capital do Iémen. Quando chegou o socorro médico às vítimas, um segundo suicida detonou o carro cheio de explosivos em que se encontrava. O duplo atentado fez pelo menos 28 mortos e 75 feridos.
Os atentados foram reivindicados pelo Estado Islâmico no Iémen, um grupo extremista que jurou fidelidade aos islamitas que dominam grande parte da Síria e do Iraque.
O grupo afirmou na sua conta da rede Twitter que um bombista suicida se tinha feito explodir na mesquita e que um carro armadilhado, estacionado perto dos médicos Houthi que socorreram as primeiras vítimas, foi detonado pouco depois.
Para o estado islâmico do Iémen os xiitas são heréticos.
O Iémen vive há mais de um ano num clima de guerra civil entre grupos armados muçulmanos, sunitas e xiitas, que disputam o poder político.
Guerra por procuração
As milícias Houthi, xiitas, controlam Sanaa desde agosto de 2014 e no início do ano de 2015 assumiram o controlo governamental, após o que afirmaram ser ataques para os desalojar. Mohamed Ali al-Houthi, presidente do comité Revolucionário dos xiitas, detém atualmente o poder em Sanaa.
Os seus críticos afirmam que os Houthi, que são apoiados pelo Governo xiita do Irão, realizaram um golpe de Estado para afastar os inimigos sunitas.
A partir de março de 2015 a guerra civil estendeu-se a todo o país, quando as milícias Houthi rechaçaram as tropas governamentais leais ao presidente eleito, Abd Rabbuh Mansour Hadi, que entretanto procurou santuário e ajuda na Arábia Saudita.
Os sauditas lideram uma coligação internacional de países muçulmanos sunitas que intervém no conflito para tentar restaurar o poder de Mansour Hadi, bombardeando posições e tropas Houthi e bloqueando os portos do Iémen, numa tentativa de cortar rotas de abastecimentos à milícias xiitas.
No último semestre o Iémen transformou-se numa guerra por procuração, entre a Arábia Saudita e o Irão, que está a deixar o país à beira de uma catástrofe humanitária. Mais de 4.500 pessoas morreram no conflito.