O autoproclamado Estado Islâmico reivindicou esta quarta-feira o ataque da véspera contra um autocarro da segurança presidencial em Tunes, que causou pelo menos 12 mortes. Os extremistas identificaram o presumível bombista suicida como Abu Abdallah al-Tunisi, um cidadão tunisino.
O Estado Islâmico afirma que a explosão acionada na véspera por um bombista suicida, a bordo de um autocarro com agentes da guarda presidencial tunisina, fez duas dezenas de mortos. Todavia, o balanço oficial das autoridades daquele país do norte de África refere 12 vítimas entre os elementos das forças de segurança.
O Ministério do Interior da Tunísia deu conta da descoberta de um 13.º corpo por identificar, admitindo que possa tratar-se do autor do atentado.
Ainda segundo o Governo tunisino, o ataque terá sido perpetrado com recurso a dez quilos de Semtex, explosivo plástico de elevado poder destrutivo.
Bardo, Sousse e Tunes
Identificado pelo próprio Estado Islâmico como Abu Abdallah al-Tunisi, o bombista terá abordado o autocarro munido de um colete armadilhado e “fez-se explodir”.
Os jihadistas divulgaram mesmo uma imagem do alegado bombista suicida, vestido de branco e de cara tapada.
#TUNISIA
#IslamicState (#ISIS) Terror Group Claims Responsibility For #TunisAttack, Releases Suicide Bomber Photo. pic.twitter.com/euD4WNr6aQ
— Terrormonitor.org (@Terror_Monitor) November 25, 2015
Na capital da Tunísia eram visíveis, esta quarta-feira, os esforços das autoridades para redobrar as medidas de segurança nas ruas.O Daesh havia reivindicado este ano outros dois atentados em solo tunisino com impacto internacional: o ataque de março ao Museu do Bardo, em Tunes, e o tiroteio em junho numa praia de Sousse, com uma soma de 60 mortos, entre os quais 59 turistas.
“Um dos símbolos do Estado”
Na terça-feira o primeiro-ministro da Tunísia, Habib Essid, lembrou os atentados do Bardo e de Sousse para sustentar que, naquelas ações, o objetivo foi “prejudicar o processo democrático da Tunísia” e “o sector do turismo”. Desta vez, continuou o governante, o ataque “foi de outro tipo”, dado que “visou um dos símbolos do Estado”.
O restabelecimento do estado de emergência, que fora interrompido há menos de dois meses, e o recolher obrigatório na região da capital, das 21h00 às 5h00 do dia seguinte, são algumas das medidas de exceção entretanto implementadas.
A Tunísia tornou-se um alvo privilegiado dos extremistas islâmicos – quer do Estado Islâmico, quer da célula tunisina da Al Qaeda no Magrebe Islâmico - após a revolução de 2011, que depôs o regime autocrático do Presidente Ben Ali.
Estima-se que as fileiras jihadistas na Síria, no Iraque e na Síria contem com milhares de combatentes oriundos da Tunísia.