Oficialmente, não se admite sequer a hipótese de o Reino Unido sair da União Europeia. Nos bastidores, prepara-se activamente esse cenário, que as sondagens de modo algum permitem descartar.
A reunião efectuou-se com a presença do ministro alemão Frank-Walter Steinmeier, do francês Jean-Marc Ayrault, e do luxemburguês Jean Asselborn. Além destes, estavam também os ministros eslovaco, por chefiar a diplomacia do país que vai assumir a Presidência do Conselho Europeu em Julho, e maltês, por ser quem se lhe segue em Janeiro do próximo ano.
Da Alemanha estava, além do ministro, Uwe Corsepius, um conselheiro de Merkel para a política europeia.
Segundo transpirou da reunião para as colunas de Der Spiegel, um cenário em que o Reino Unido saísse da União Europeia ("Brexit") poria em causa "muito dinheiro" e obrigaria a renegociar pelo menos durante dois anos novos modos de coexistência com o Reino Unido.
E obrigaria também, segundo apreciação consensual dos participantes na reunião, a uma "injecção de energia" na União Europeia. O ministro luxemburguês terá afirmado, a este respeito, que será necessária a tão falada solidariedade europeia, em dossiers que vão muito além da crise dos refugiados.Um Exército apátrida?
Entretanto, a Comissão Europeia enfrenta uma dificuldade inesperada na sua campanha para convencer o eleitorado britânico a votar contra o "Brexit": foi revelado pelo conspícuo diário conservador The Times um alegado plano, também ele secreto, dos eurocratas de Bruxelas para promoverem a criação de um Exército europeu transnacional.
O público estaria a ser mantido na ignorância do plano, antevendo as consquências negativas que ele teria para a campanha anti-Brexit. Para já, a Comissão Europeia desmentiu a existência do plano.