França reforça com 120 polícias a região de Calais devido à pressão dos migrantes

por Lusa

Paris, 29 jul (Lusa) -- O ministro do Interior francês anunciou hoje o envio de mais 120 polícias para Calais, no norte de França, sobretudo para atuarem na entrada do Eurotúnel, que está submetido a uma pressão migratória sem precedentes.

A decisão foi adotada depois de, entre a noite de terça-feira e hoje, uma pessoa ter morrido na zona do túnel, a nona morte nos últimos meses, atropelado por um camião que se dirigia para o Reino Unido.

O ministro Bernard Cazeneuve recordou que, desde 2012, multiplicaram-se os meios humanos implementados pelo Estado em Calais e pediu uma "abordagem global" do problema da imigração na Europa.

O ministro assegurou que os conflitos no corno de África, Síria, Iraque e Afeganistão fizeram aumentar o número de imigrantes e que esta situação tem "repercussões particularmente duras" em Calais, onde "3.000 imigrantes querem chegar a qualquer preço ao Reino Unido".

Cazeneuve declarou que a França atua em concertação com Londres e recordou que o Governo britânico acabou de anunciar que investirá 10 milhões de euros para melhorar a segurança no Eurotúnel.

O ministro disse que o objetivo das autoridades é "manter a ordem pública, desmantelar as redes ilegais de tráfico humano, remover os clandestinos do local e encontrar soluções humanitárias para os imigrantes e aos que pedem asilo".

Cazeneuve disse que a empresa Eurotunnel -- concessionário do túnel sobre o canal da Mancha - também tem de contribuir com o aumento da segurança nas suas instalações.

O grupo Eurotunnel afirmou hoje, num comunicado, ter intercetado, desde janeiro, mais de 37 mil imigrantes pelos seus próprios meios e pediu à França e ao Reino Unido que tenham uma "resposta apropriada".

A empresa referiu ainda que, entre a noite de terça-feira e hoje, foram feitas 1.500 tentativas de invasão do túnel e uma pessoa acabou por morrer.

"A Eurotunnel alertou, há vários meses, a comissão intergovernamental do túnel sobre o canal da mancha e os poderes públicos sobre a explosão do número de imigrantes presentes em Calaisis (região de Calais, no norte da França) e as consequências, às vezes dramáticas, que isso poderá ter", referiu o grupo que gere a concessão do túnel no canal da Mancha.

A nota referiu ainda que a situação "ultrapassa o que um concessionário pode fazer de forma razoável".

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