Gabriel não enfrenta Merkel e abre o caminho a Schulz

por RTP
Sigmar Gabriel (esq.) e Martin Schulz Fabrizio Bensch, Reuters

O site de Der Spiegel, que dá a notícia em primeira mão, considera-a "uma grande surpresa": nas eleições de 24 de setembro, será o ex-presidente social-democrata do Parlamento Europeu a disputar o lugar à actual chanceler.

A decisão final sobre a liderança das listas do SPD na próxima eleição legislativa terá ainda de ser aprovada pela direcção do partido. Mas o site de Der Spiegel já dá como praticamente irrecusável a candidatura de Schulz, que sai da presidência do Parlamento Europeu com taxas de popularidade bem melhores que as do vice-chanceler Sigmar Gabriel.

Para já, o grupo parlamentar federal dos social-democratas deverá reunir-se amanhã, quarta feira, e proceder a uma primeira discussão sobre o tema.

Schulz deverá além disso assumir a presidência do partido, mas para isso não vão bastar discussões do grupo parlamentar nem resoluções formais da direcção partidária: será mesmo necessário um congresso extraordinário do SPD. Segundo Der Spiegel, esse congresso extraordinário terá de realizar-se ainda antes do congresso já agendado para fins de maio, e especificamente destinado a discutir as eleições.

Gabriel tinha inicialmente remetido todos os esclarecimentos sobre os seus planos de futuro para o próximo domingo, mas entretanto fora deixando cair cada vez mais indicações, em entrevistas a Stern e Die Zeit, sobre a sua inclinação para a desistência.

Na direcção do SPD parece ter havido uma ignorância total dos planos de Gabriel e ninguém parece ter estado ao corrente das suas intenções, a não ser o próprio Schulz, que desde ontem à noite deu aso a especulações por ter cancelado uma reunião com deputados dos grupos parlamentares da esquerda enquanto era marcada uma reunião de emergência da direcção do SPD.

Segundo Die Zeit, o vice-chanceler Gabriel deverá mudar, ainda no Governo de Merkel, da pasta da Economia que actualmente detém, para a dos Negócios Estrangeiros. Esta vai perder o seu actual titula, o social-democrata Frank-Walter Steinmeier,  qie em 12 de Fevereiro deverá ser eleito chefe do Estado. Fica a incógnita sobre as intenções de Gabriel quanto ao lugar de vice-chanceler - mantê-lo, ou passá-lo a alguma outra personalidade do SPD.
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