Paris, 01 mai (Lusa) -- A polícia francesa lançou hoje gás lacrimogéneo sobre os manifestantes na concentração do 1.º de Maio em Paris, enquanto por todo o mundo milhares desfilavam na celebração anual dos direitos dos trabalhadores.
De Moscovo a Madrid, as multidões clamaram por aumentos de salários, melhores condições laborais e mais segurança no trabalho, numa altura em que vários países enfrentam cenários de incerteza económica e elevados índices de desemprego.
Densas nuvens de gás lacrimogéneo pairavam sobre a parisiense Place de la Nation, onde jovens com máscaras de esqui atiravam pedras e garrafas às brigadas antimotim, gritando: "Toda a gente odeia a polícia".
A polícia estimou que cerca de 17.000 manifestantes desfilaram pela capital francesa para uma concentração contra as reformas laborais que serão votadas na terça-feira pelo parlamento nacional.
O protesto do 1.º de Maio foi o segundo convocado numa semana contra as reformas da lei do trabalho a desembocar em violência protagonizada por pessoas conhecidas como "casseurs" ("destruidores"), que ativamente procuram confrontos com as forças de segurança.
"Vamos responder com a maior das determinações a estes desordeiros, os ataques e a violência contra as forças de segurança são inaceitáveis", disse hoje o primeiro-ministro, Manuel Valls.
Enquanto o Governo espera que as reformas laborais reduzam o desemprego de longa duração em cerca de 10%, os críticos acreditam que elas ameaçam os arduamente conquistados direitos dos trabalhadores, tornando mais fácil despedir pessoas em tempos de dificuldades.
O executivo já suavizou a lei, mas isso não foi suficiente para acalmar a indignação de estudantes e trabalhadores.
"Retirem, retirem a lei do trabalho. Não é alterável, não é negociável", repetiram os manifestantes.
