Governo de Macau repudia "acusações infundadas" de relatório do Congresso dos EUA

por Lusa

Macau, China, 10 out (Lusa) - O Governo de Macau repudiou hoje as "acusações infundadas" à região contidas num relatório do Congresso norte-americano divulgado esta semana e frisa que os EUA "não têm direito de ingerência" nos assuntos internos da China.

"O Governo da Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China (RPC) repudia terminantemente [o conteúdo do relatório], frisando que Macau pertence à RPC, e que os Estados Unidos não têm direito de ingerência nos seus assuntos internos", lê-se num comunicado do gabinete do porta-voz do Executivo de Macau.

Segundo a mesma nota, o relatório de 20015 da Comissão Executiva do Congresso dos EUA relativa à China, na secção dedicada a Macau, "ignora factos, tece declarações irresponsáveis sobre a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) e profere acusações infundadas contra a mesma".

No relatório em causa, o Congresso norte-americano diz que os EUA devem aumentar o apoio a "reformas democráticas" em Macau e promover o "desenvolvimento democrático" de Hong Kong, as duas regiões administrativas especiais da China.

O relatório recomenda ao Governo dos EUA e aos congressistas norte-americanos que aumentem "o apoio a reformas democráticas em Macau" e instem as autoridades desta região a definirem um calendário "claro" para o estabelecimento do sufrágio universal, como "repetidamente" tem pedido a comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas.

Ainda sobre Macau, o relatório salienta que a região aumentou a coordenação com as autoridades chinesas para combater o crime financeiro e cooperar com a campanha anticorrupção lançada por Pequim, dizendo que o território continua a ser "um centro de violação dos controlos de capitais" da China por causa da indústria do jogo.

Quanto a Hong Kong, o relatório pede aos congressistas e à Administração norte-americana para "monitorizarem o estado da autonomia de Hong Kong e das liberdades" neste território e que "promovam o desenvolvimento democrático" na região.

Estas recomendações são feitas depois de o relatório lembrar os protestos de há um ano em Hong Kong, em defesa do sufrágio universal, e a atuação da polícia em relação aos manifestantes, dando ainda conta de casos de "violência" e "intimidação" a jornalistas.

A este propósito, o documento refere que também "ativistas da sociedade civil de Macau" denunciaram casos de "intimidação" que se traduziram em pressões para "baixarem o tom" das suas atividades, aparentemente, por temerem o contágio dos protestos que estavam a ocorrer em Hong Kong.

Segundo o relatório, as autoridades de Macau impediram, no ano passado, a entrada de jornalistas e ativistas de Hong Kong no território "por razões políticas", enquanto a Associação de Jornalistas de Macau deu conta do aumento da "autocensura" por parte dos jornalistas da televisão pública do território (TDM).

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