Governo francês anuncia fim do bloqueio de refinarias de petróleo

por Ana Sanlez - RTP
Stephane Mahe - Reuters

O Governo francês anunciou esta sexta-feira que foi levantado o bloqueio às refinarias de petróleo do país. A imprensa francesa, que cita um porta-voz do Executivo de Manuel Valls, revela que apenas a refinaria de Gargenville permanece encerrada devido à greve. Os sindicatos protestam contra a nova Lei do Trabalho.

A confirmação foi dada ao início da tarde desta sexta-feira pelo porta-voz da Secretaria de Estado dos Transportes. “Todos os depósitos estão desbloqueados e com o acesso libertado, à exceção de Gargenville, que está em greve”, revelou o responsável.

As autoridades acrescentam que 15 dos mais de 100 depósitos do país foram desbloqueados sem incidentes: “Estes depósitos desbloqueados permitem aumentar as capacidades de fornecimento, o que permite abastecer cada vez mais estações de serviço”.
 
No entanto, das oito refinarias de petróleo francesas, seis estão ou paradas ou a funcionar apenas a meio gás.

“Globalmente, há ainda cerca de 20 por cento” de gasolineiras em dificuldades. O Governo acrescenta, porém, que a situação “está a melhorar em todas as regiões”.

Entretanto, a estrutura sindical da refinaria de Donges anunciou que vai avançar para uma greve por tempo ilimitado, até que seja revogada a Lei do Trabalho.
Uma lei polémica
Os protestos contra a nova Lei do Trabalho em França levaram milhares de franceses a manifestar-se esta quinta-feira - a oitava jornada de protestos. Devido ao bloqueio dos depósitos e das refinarias, o combustível começou a escassear nas estações de serviço.

Os sindicatos exigem que o Governo volte atrás na polémica Lei do Trabalho, que prevê dar prioridade aos acordos de empresa sobre os acordos coletivos de trabalho. A nova lei dará poderes às empresas para, por exemplo, acabar com o limite das 35 horas de trabalho semanal ou ainda para que os patrões utilizem a má situação económica como justificação para o despedimento.

O primeiro-ministro Manuel Valls admite fazer mudanças em alguns pontos do diploma, mas rejeita alterar as bases fundamentais da proposta. O Governo defende que a reforma laboral vai contribuir para aumentar a produtividade e reduzir a elevada taxa de desemprego do país, através da flexibilização das contratações e dos despedimentos.

No entanto, a proposta não reúne consenso entre o Partido Socialista francês, tão-pouco entre os partidos que apoiam o Governo.

Para o próximo dia 14 de junho está convocada uma nova greve geral, já em pleno Campeonato Europeu de futebol. Os sindicatos admitem que poderá haver perturbações durante o Euro2016.
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