Governo moçambicano e Renamo voltaram ao diálogo hoje em Maputo

por Lusa

O Governo moçambicano e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido de oposição, retomaram hoje em Maputo o diálogo sobre o fim da crise política e militar no país, após vários meses de paralisação das negociações.

O executivo moçambicano está representado no encontro pelos três membros indicados pelo chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, enquanto do lado da Renamo estão presentes dois dos três deputados nomeados pelo líder do principal partido de oposição, Afonso Dhlakama, informou fonte ligada à organização da reunião, que se iniciou na sede do Conselho Nacional de Defesa e Segurança.

Filipe Nyusi indicou Jacinto Veloso, um histórico da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e membro do Conselho Nacional de Defesa e Segurança, Benvinda Levy, conselheira do Presidente da República e ex-ministra da Justiça, e Álvaro Muteque, quadro da Presidência da República.

Por seu turno, Afonso Dhlakama nomeou os deputados Eduardo Namburete, ausente do encontro de hoje, José Manteiga e André Majibire.

As negociações entre o Governo moçambicano e a Renamo estão paralisadas há vários meses, depois de a Renamo se ter retirado do processo, alegando falta de progressos e de seriedade por parte do executivo.

Apesar da disponibilidade para as conversações, a última semana foi marcada por várias ações militares atribuídas pelas autoridades a homens armados da Renamo, incluindo ataques a viaturas civis e assassínio de dirigentes da administração local.

Mas também por ações que o partido de oposição entende serem de intimidação contra os seus membros ou contra a livre expressão em Moçambique.

Ao chegar da sua visita à China no domingo, o Presidente moçambicano considerou que o diálogo tem de ser acompanhado pelo fim de ações militares da Renamo.

"O importante primeiro é parar com as armas que matam moçambicanos", declarou.

Moçambique tem conhecido um agravamento da violência política, com relatos de confrontos entre a Renamo e as Forças de Defesa e Segurança, além de acusações mútuas de raptos e assassínios de militantes dos dois lados e ainda ataques atribuídos pelas autoridades ao braço militar da oposição a alvos civis no centro do país.

O principal partido da oposição recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 2014, ameaçando governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.

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