Governo moçambicano não permitirá "o mais mesquinho sinal de interrupção das estradas"

por Lusa

Maputo, 12 fev (Lusa) - O ministro do Interior de Moçambique disse hoje que não permitirá "o mais mesquinho sinal" de interrupção das estradas devido a alegados ataques da Renamo, avançando que já há "resultados positivos" nas operações policiais.

"Não será permitido o mais mesquinho sinal de interrupção das estradas nacionais", afirmou Jaime Basílio Monteiro, falando à imprensa, momentos após um encontro com ministro do Interior angolano, Ângelo de Barros, para a assinatura de um acordo de facilitação de vistos para passaportes ordinários entre Angola e Moçambique, em Maputo.

A Polícia moçambicana acusou a Renamo [Resistência Nacional Moçambicana] de ter protagonizado dois ataques a cinco viaturas nas primeiras horas da quinta-feira na estrada nacional N1, entre o rio Save e o posto administrativo de Muxúnguè, no centro de Moçambique, numa região onde o partido de Afonso Dhlakama ameaça instalar postos de controlo caso continuem as alegadas perseguições aos seus membros.

Destacando que é da responsabilidade das forças de defesa e segurança garantir a proteção das populações, o ministro do Interior de Moçambique disse que as autoridades foram instruídas para não poupar esforços nas ações de recuperação da "estabilidade ameaçada", classificando como "errante" o comportamento dos autores dos alegados ataques.

"Já decorrem ações de perseguição e neutralização destes elementos e já há resultados positivos", declarou o Jaime Basílio Monteiro, prometendo para mais tarde detalhes sobre a operação.

"As nossas operações para garantir a paz e estabilidade continuarão", reiterou o governante, que garante que as forças de segurança de Moçambique "não vão poupar esforços nem diligências".

Nos últimos meses, Moçambique tem conhecido um agravamento da violência política, com relatos de confrontos entre o braço militar da Renamo e as forças de defesa e segurança, além de acusações mútuas de raptos e assassínios de militantes dos dois lados.

Em menos de um mês, a polícia moçambicana responsabilizou o braço armado do maior partido de oposição por três ataques a civis.

O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, não é visto em público desde 09 de outubro, quando a polícia cercou a sua residência na Beira, alegadamente numa operação de recolha de armas, no terceiro incidente grave em menos de um mês envolvendo a comitiva do líder da oposição.

No dia 20 de janeiro, o secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, foi baleado por desconhecidos no bairro da Ponta Gea, centro da Beira, província de Sofala, centro de Moçambique, e o seu guarda-costas morreu no local, num caso que continua por esclarecer.

Apesar da disponibilidade para negociar manifestada pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, o líder da Renamo diz que só dialogará depois de tomar o poder em seis províncias do norte e centro do país, onde o seu movimento reivindica vitória nas eleições gerais de 2014.

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